domingo, 8 de maio de 2016

"Para século 21, o importante é 'aprender a aprender' ". O conceito de autodidatismo. Novos métodos de ensino. Críticas ao Ensino Médio atual

 Valquíria Barros.  Colhendo algodão na fazenda 
Pintura Naif (autodidatismo)   

“À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de  um mundo complexo e constantemente  agitado e, ao mesmo  tempo,  a bússola que permite navegar através dele.”
      Jacques Delors

Este post me foi inspirado pela publicação de Thiago Varella, colaborador do UOL Educação em Campinas (SP), publicada em 23 de abril, sob o título:  Para o século 21, o importante é 'aprender a aprender'.    

Achei muito importante a matéria, não só para nós professores, como também para estudantes,  pais e o público em geral, vez que aprendemos  por toda a vida.  A matéria me fez refletir ainda, sobre a Teoria das Múltiplas Inteligências, que abordo no seguinte post:  

Howard Gardner e sua Teoria das Inteligências Múltiplas. 9 tipos de inteligência que a escola deve valorizar. O que é o TESTE de QI ?


Impressionou-me na matéria, a abordagem do autodidatismo, que nos remete ao  relatório da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, da UNESCO, presidida pelo francês Jacques Delors, de  1992  a 1996, que aponta os Quatro Pilares da Educação, registrados no livro " Educação, um Tesouro a descobrir", por ele coordenado. 
Com base na visão daqueles quatro pilares do conhecimento, os processos educativos  de ensino- aprendizagem voltados apenas para adquirir conhecimento, objeto prioritário da escola, deverão  dar lugar a propósitos mais permanentes,como ensinar os educandos a pensar, comunicar-se,  pesquisar, ter raciocínio lógico, sintetizar, fazer elaborações teóricas, ser independentes, autônomos, aprender a viver e conviver. Vejamos:

1-  Aprender a conhecer
Valoriza a curiosidade, a autonomia e a atenção permanentes. 

2-  Aprender a fazer
A  rápida evolução das profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações de emprego, a trabalhar em equipe, desenvolvendo o espírito cooperativo e de humildade, tão   necessários ao trabalho coletivo.

3- Aprender a conviver
No mundo atual, este é um importantíssimo aprendizado. Valoriza-se quem aprende a viver com os outros, a compreendê-los, a desenvolver a percepção de interdependência, a administrar conflitos, a participar de projetos comuns, ter prazer no esforço comum.
4- Aprender a ser 
 aprendizagem precisa ser integral, não negligenciando nenhuma das potencialidades de cada indivíduo. Com o  ritmo acelerado  da sociedade atual, gerando mudanças rápidas provocadas pelas  novas tecnologias, e a competição por lugares de destaques,   nos obrigam a constantes  adaptações  aos  novos contextos sociais. Portanto, impõe-se pensar a educação  para a vida e ao longo  de toda a vida.

O  autodidatismo 
'Aprender a aprender' é Autodidatismo, ou seja, o ato de estudar e adquirir instrução por si mesmo, dispensando a orientação de professores. Segundo o site significados, a palavra autodidata é adjetivo e substantivo de dois gêneros, utilizada  para designar uma pessoa que tem a capacidade de aprender algo por conta própria, sem o auxílio de um professor. Alguém que aprende alguma coisa sozinho: um instrumento musical, um idioma etc.   
Exemplo: Ela é autodidata em inglês e piano.

A REPORTAGEM 
Vamos agora ao teor da reportagem de Thiago Varella, que fiz uma arrumação didática, para facilitar a  compreensão do nosso público.   Acompanhe !

" Para enfrentar os desafios do século 21 não basta frequentar as aulas e decorar conteúdo. É preciso mais. Uma das habilidades necessárias é a de aprender a aprender. Ou seja, de maneira autônoma, o estudante precisa saber não só o que, mas também
precisa saber como estudar" . 

"Trata-se de desenvolver capacidades para você aprender com disciplina, foco, precisão. E isso pressupõe criatividade, responsabilidade e concentração", explica o professor Sergio Ferreira do Amaral, da Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) para quem aprender a aprender está muito próximo do conceito de autodidatismo.

Simone André, gerente-executiva de Educação do Instituto Ayrton Senna, tem um conceito parecido. Para ela, aprender a aprender é "a autonomia do estudante em gerir sua própria aprendizagem."

Ou seja, não basta mais para um estudante ficar sentado na sala de aula, recebendo um amontado de conteúdo e sentir que o trabalho todo está feito ao, simplesmente, estudar para uma prova.  Segundo os especialistas, o aluno precisa assumir um papel de protagonista nos seus estudos e aprender como estudar aquilo que é de seu interesse.

"É necessário dar ao aluno a escolha do seu caminho. E isso, claro, passa por dar a metodologia de avaliação, ou seja, a prova, levando em consideração o que o aluno quer aprender", afirmou Amaral.

Mudanças no ensino tradicional

Mas, se o estudante precisa ser protagonista, desenvolver habilidades de estudo e ter autonomia, como fazer tudo isso dentro de um sistema que continua antigo? 

Não é tarefa fácil. Para os especialistas, mais do que orientar um aluno a como estudar, ou um professor a como estimular esse aluno, é preciso mudar o sistema. Para Simone, o ensino médio ainda está pouco conectado à realidade.

" Desenvolver habilidades e competências dentro do ensino como ele é hoje é como jogar futebol dentro de um elevador. No máximo, dá para fazer embaixadinhas, mas é impossível jogar bola", diz Simone André, gerente-executiva de Educação do Instituto Ayrton Senna

O professor Sergio Ferreira do Amaral também faz inúmeras críticas ao ensino médio atual. Segundo ele, atualmente, o aluno se depara com um conteúdo pré-estabelecido e faz um estudo de memorização.

"Hoje, a escola tem um conteúdo programático fechado, uma grade curricular pré-estabelecida e um caminho pré-traçado. Só que o aluno não pode ir à escola para passar no vestibular. O vestibular é só um processo de avaliação. Isso é um grande problema", afirmou.
Mas, mesmo com métodos convencionais, com aulas tradicionais, expositivas, dentro de sala de aula, o professor tem um papel fundamental de estimular os alunos a aprender a estudar.

Novos Métodos de Ensino 
Segundo Simone André existem algumas metodologias que ajudam o professor a trabalhar com um tipo de ensino mais voltado aos estudantes e suas expectativas. Uma delas é a problematização.

O professor pode trabalhar em sala de aula muito mais por meio de perguntas do que por respostas. São essas perguntas que induzem o aluno ao pensamento e à construção do conhecimento na sala de aula", diz Simone André.

Outra metodologia é o trabalho colaborativo. Ao apresentar temas mais complexos do que os habituais, o professor pode orientar os estudantes a trabalharem em times. Com isso, os alunos conseguem perceber que mesmo problemas grandes e complicados podem ser resolvidos.

Uma terceira metodologia é a da posição do professor em relação ao aluno. Sem perder o nível de exigência com os estudantes, o professor precisa adotar uma postura de aproximação e construir com cada um uma relação de autonomia.

"A presença pedagógica do professor em aula é de exigência e de acolhimento", diz Simone. Uma metodologia que estimula o aprender a estudar é a educação por projetos. 

O principal é que o estudante aprenda a construir coisas e resolver problemas. E, finalmente,  segundo Simone, é fundamental formar leitores e produtores de texto.

E o aluno faz o quê?
Mas, e o estudante? Não há nada que ele possa fazer para aprender a estudar e para assumir um papel de protagonismo na sala de aula? Claro que há. Não é por acaso que os campeões dos vestibulares adotam diversas estratégias e métodos de estudo que vão além da sala de aula.

Ler um jornal diário e livros que não estão na lista dos vestibulares ou visitar museus e mostras de arte também são estratégias de estudo. O problema é que muito disso não é estimulado em sala de aula.

"São poucos os estudantes que têm isso como um aprendizado autodidata. Você tem uma grande parte de estudantes que precisa que a escola desenvolva essas referências. Os bons estudantes utilizaram esse tipo de metodologia por conta própria", afirma Simone.


"Esses estudantes que vão muito bem no vestibular percebem a educação como algo mais amplo. Por conta própria, acabam incorporando uma obrigatoriedade ou uma disciplina de desenvolver atividades relevantes fora da sala de aula", afirma Amaral.

Na sala de aula
No dia-a-dia da sala de aula, o professor acaba se deparando com um desafio ainda maior. Edison Lins é professor da rede estadual de ensino em Campinas e sempre buscou ir além do currículo básico com seus alunos.

Visitas a grandes universidades ou a museus na cidade de São Paulo fazem parte do estímulo que o professor vê como fundamental a seus alunos. Não por acaso, neste ano, um aluno seu de uma escola pública de Campinas passou no vestibular de medicina na Unicamp aos 16 anos de idade.

Para Lins, o aluno não percebe automaticamente que é possível buscar por conta própria novos conhecimentos. "O estudante precisa ser levado a ter interesse e motivação e perceber que é possível aprender a aprender, ou seja buscar novos conhecimentos, aquilo que não sabia e compreender melhor o que já sabia por experiência", afirmou.

Aprender a aprender, também é apreender, perceber, captar. Isso nunca será dado plenamente pelo professor, o aluno tem de assumir parte ativa no processo que só se realiza com a interação das várias partes envolvidas",diz o professor da rede estadual de SP." 

Fonte: Varella, Thiago. Colaboração para o UOL, em Campinas (SP).  Para século 21, o importante é 'aprender a aprender'. 23/04/2016. Disponível em: 
http://educacao.uol.com.br/noticias/2016/04/23/para-seculo-21-o-importante-e-aprender-a-aprender.htm
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Howard Gardner e sua Teoria das Inteligências Múltiplas. 9 tipos de inteligência que a escola deve valorizar. O que é o TESTE de QI ?

O Livro em PDF para você ler online ou baixar e imprimir:
EDUCAÇÃO UM TESOURO A DESCOBRIR Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI
Sites consultados

sábado, 30 de abril de 2016

Howard Gardner e sua Teoria das Inteligências Múltiplas. 9 tipos de inteligência que a escola deve valorizar. O que é o TESTE de QI ?

O cantor Michael Jackson


Howard Gardner é autor da  Teoria das Inteligências Múltiplas, que se contrapõe ao conceito de inteligência como sendo uma capacidade inata, geral e única. 

Cientista  formado no campo da psicologia e da neurologia, nasceu no estado norte americano  da  Pensilvânia,  em 1943, numa família de judeus alemães refugiados do nazismo.   Professor adjunto de neurologia na Universidade de Boston, Professor de Cognição e Educação na Universidade Harvard (EUA), recebeu o Prêmio Príncipe das Astúrias das Ciências Sociais. 

A Teoria das Inteligências Múltiplas é uma alternativa ao conceito  de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos um desempenho, maior ou menor, em qualquer área de atuação.   É consenso que dois fatores levam uma pessoa a desenvolver  capacidades  inatas: a educação que recebe e as oportunidades que encontra.   Para Gardner, a educação costuma errar ao  não levar em conta os vários potenciais de cada um. Além disso,  é comum que essas  aptidões sejam sufocadas pelo hábito nivelador da maioria absoluta das  escolas. Ele atribui à escola duas funções essenciais: modelar papéis sociais e transmitir valores.   

Até o aparecimento da teoria de Gardner, os testes tradicionais de inteligência consideravam apenas as inteligências verbal e a lógico-matemática. Gardner desfez  crenças  e trouxe novos elementos para o estudo da  inteligência, trazendo para o debate a diversidade humana.  De acordo com a definição tradicional, inteligência  é uma  capacidade cognitiva uniforme,
Howard Gardner
com a qual as pessoas nascem.   Gardner se contrapõe  ao defender que  inteligência é:  
a) a  habilidade de elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou comunitários;        b) um conjunto de habilidades que permitem que uma pessoa resolva problemas;        c)  o  potencial de encontrar ou criar soluções para problemas, o que envolve adquirir novos conhecimentos.    

O cientista causou forte impacto na área educacional com sua teoria, que nasceu quando ele  integrou-se ao Harvard Project Zero, destinado inicialmente às pesquisas sobre educação artística, passando a se dedicar a desenvolver
pesquisas que resultaram na Teoria das Inteligências Múltiplas.  Inconformado  com a ideia de QI (quociente de inteligência média) e visões unitárias de inteligência, que focalizam sobretudo as habilidades importantes para o sucesso escolar, Gardner redefiniu inteligência à luz das origens biológicas da habilidade para resolver problemas.  

O psicólogo se valeu do mapeamento encefálico usando  técnicas modernas e suas conclusões, como a maioria das que se referem ao funcionamento do cérebro,   são empíricas. O estudo  reforça a ideia de que compensar desvantagem genética com um ambiente estimulador de habilidades e condições adequadas de aprendizado, sempre suscitam respostas positivas dos estudantes. 

No livro Estruturas da Mente escrito em 1983, Gardner descreve sete dimensões da inteligência. Em 1999 ele  acrescentou  mais duas: a inteligência natural (capacidade de reconhecer e classificar espécies da natureza) e a  inteligência  existencial (capacidade de refletir sobre questões fundamentais da vida humana),  e sugeriu o agrupamento da inteligência interpessoal e da intrapessoal numa só. Vamos conhecê-las:

1.    Inteligência verbal ou linguística:  habilidade verbal bem desenvolvida, sensibilidade aos sons, significados e ritmos das palavras;

2.    Inteligência lógico-matemática: habilidade de pensar de forma conceitual e abstrata, além da capacidade de discernir padrões lógicos ou numéricos;

3.    Inteligência musical:  habilidade de produzir e apreciar ritmos, tons e timbres;

4.    Inteligência visual ou espacial: capacidade de pensar em forma de imagens, “visualizar” conceitos abstratos;

5.    Inteligência corporal ou cinestésica: capacidade de controlar o próprio corpo e lidar fisicamente com objetos variados;

6.    Inteligência interpessoal: capacidade de detectar e responder adequadamente aos humores, motivações e desejos dos outros;

7.    Inteligência intrapessoal: capacidade de ser autoconsciente e em sintonia com seus sentimentos interiores, valores, crenças e processos de pensamento;

8.    Inteligência naturalista: habilidade para reconhecer e categorizar plantas, animais e outros elementos da natureza;

9.    Inteligência existencialista: sensibilidade e capacidade para lidar com questões profundas em torno da existência humana, como o significado da vida, por que morremos, ou como chegamos até aqui. 


Para o autor existem talentos diferenciados para atividades específicas. O físico Albert Einstein, por exemplo,  tinha excepcional aptidão lógico-matemática, mas provavelmente não dispunha do mesmo talento para outras habilidades.   O mesmo pode ser dito da veia musical de Wolfgang Amadeus Mozart ou da inteligência físico-cenestésica do futebolista brasileiro Pelé. Portanto, cada um de nós tem seu talento. É papel da  escola estimular
habilidades potenciais de seus alunos.   
Imagem:   http://neuronatura.wix.com/neuronatura#!inteligncias-mltiplas---howard-gardner/c1fos
Os Testes de QI  X   A Teoria das Múltiplas Inteligências 
Até  a publicação de sua teoria, o padrão aceito para avaliar a inteligência eram os Testes de QI (quociente de inteligência média), criados nos primeiros anos do século 20 pelo psicólogo francês Alfred Binet (1857-1911), a pedido do Ministro da Educação de seu país.
QI significa Quociente de Inteligência, um fator que mede a inteligência das pessoas com base nos resultados de testes específicos. Portanto, o QI mede o desempenho cognitivo de um indivíduo comparando a pessoas do mesmo grupo etário. O QI era basicamente, a capacidade de dominar o raciocínio que hoje se conhece como lógico- matemático. 
Na  concepção  tradicional de inteligência, um sistema educacional eficiente deve basear-se em testes de múltipla escolha, os chamados testes de respostas curtas,  para avaliar os alunos.   Tal prática é  adotada por áreas governamentais do Brasil, como   ENEM, Prova Brasil etc, que desfavorecem  os alunos especiais, sejam os superdotados ou aqueles com problemas de aprendizado, na avaliação de estudiosos.  Professores, pesquisadores, estudantes e pais já perceberam a ineficácia de testes padronizados de inteligência, como forma de mensurar a inteligência e o aprendizado dos alunos, corroborando com  Gardner, para quem  todo ser humano possui múltiplos tipos de inteligencias,  e cada uma delas pode ser desenvolvida ou enfraquecida. Portanto, cabe à escola  rever seus conceitos. 

Sites consultados
GAMA, Maria Clara S. Salgado. A Teoria das Inteligências Múltiplas e suas implicações para Educação
Instituto Claro.  Pensadores da Tecnologia e da Educação
Todas as imagens são do Google

domingo, 24 de abril de 2016

Tudo sobre a Redação do ENEM. 15 Dicas para Fazer uma Redação Nota Mil. Pratique com os temas de 2014 e 2015. Temas para 2016


A redação costuma assustar os estudantes na hora de fazer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).    Afinal, vale  1000 pontos e representa 20% da avaliação do participante, sendo fundamental para obter uma boa nota final. 
Para tirar nota 1.000 na redação  é preciso conhecer as principais etapas de sua elaboração. Aconselha-se  treinar com antecedência as técnicas de redação. Nosso objetivo é ajudar você a conquistar a Nota Mil na Redação do ENEM.
O Enem avalia o aluno nas seguintes  áreas:
1.Prova de  redação;     2.Prova de “Ciências da Natureza e suas Tecnologias”; 
3 - “Ciências Humanas e suas Tecnologias”;   4 “Linguagens, Códigos e suas Tecnologias”;
5 - “Matemática e suas tecnologias”.

Tudo sobre a Redação do ENEM


A proposta de redação do Enem  tem o tema central, acompanhado de textos de apoio, que podem motivar e ajudar os candidatos a elaborar seus próprios textos. No entanto, o estudante não deve se restringir às ideias ali apresentadas, copiar trechos ou torná-los parte de sua argumentação. Tais procedimentos podem fazer com que o candidato perca pontos na avaliação de competências.

A banca pede que o candidato apresente na sua redação proposta de intervenção, ou seja, medidas que possam  amenizar uma situação-problema. Seja coerente com a proposta que irá defender e evite o uso de clichês. Clareza e coerência são fundamentais na elaboração do texto. 

A estrutura do texto obedece ao gênero dissertativo-argumentativo. Exponha argumentos relacionados ao tema da redação, elaborando-os de forma consistente e coerente.

Cuidado!  Receberá nota zero o candidato que:  
a) deixar a folha em branco;  b) escrever redações com sete linhas ou menos; 
c) fugir do tema proposto;     d)  fazer qualquer brincadeira ou deboche; 
e) desrespeitar os direitos humanos.

 As cinco competências que são avaliadas na redação do Enem

Para tirar a Nota 1.000,  o texto da sua redação deve cumprir bem cinco competências exigidas pelo Ministério da Educação (MEC). Conheça-as:

Competência 1:  demonstrar  domínio da norma-padrão da língua escrita;

Competência 2:  compreender a proposta da redação e aplicar conceitos das diversas áreas do conhecimento para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo; 

Competência 3:   capacidade de selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; 

Competência 4: demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à construção da argumentação;

Competência 5:  elaborar  proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Trocando em miúdos, você deve estar atento para:
  • dar sugestões para resolver os problemas discutidos no tema;
  • mostrar sua  capacidade de desenvolver um texto crítico que ofereça soluções, com argumentos sólidos.
  • ficar atento à proposta da redação e aos textos de apoio, para compreender o que é solicitado.
  • Use os conhecimentos adquiridos ao longo da sua formação. Embase seus argumentos com elementos históricos, geográficos, literários, filosóficos, sociológicos, dados matemáticos e estatísticos,  entre outros, demonstrando sua visão de mundo.
        15  Dicas  para Fazer uma  Redação Nota Mil  
1) Prepare-se previamente

Praticar a redação deve ser uma prioridade em seus estudos preparatórios. Os temas das redações do Enem não são divulgados antes da data das provas, mas  sempre versam sobre  temas atuais e na maioria dos casos  de caráter social. 
2) Estudo e pratique  o gênero textual usado no processo seletivo 

redação dissertativa-argumentativa é a mais frequente em todos os tipos de processos seletivos, inclusive no Enem. Conheça bem as características desse tipo de redação e pratique com os temas anteriores. No  tema selecionado pelos organizadores da seleção você terá que defender seus argumentos criando uma tese no início do texto e construindo, nas demais fases, o seu posicionamento e finalmente, a conclusão.  
3) Leia o enunciado com muita atenção 
Leia atentamente o que está sendo pedido no enunciado. Um dos erros mais comuns dos participantes é fugir do tema  por falta de atenção à questão inicial. 
4) Crie um rascunho estruturado
Reserve mais tempo para escrever a  redação. Depois de ler e compreender o tema, crie um rascunho estruturado. Como fazer o rascunho? Inicie com o posicionamento que irá defender ao longo da redação. Crie tópicos separadamente para cada argumento. Como é um rascunho, coloque todas as suas ideias ali, sem medo de parecerem desconexas. Depois organize  obedecendo a estrutura de uma redação dissertativa-argumentativa.
5) Conheça  a estrutura básica de uma dissertação argumentativa e pratique 

Uma redação possui três fases:                       
1)  introdução (apresentação da tese);        2) desenvolvimento (argumentos);            
3) conclusão.

Passo 1 – Introdução: É a apresentação do tema e do seu posicionamento. É como você vai direcionar o assunto a ser desenvolvido.

Passo 2 – Desenvolvimento: Aqui você faz a defesa e os desdobramentos da sua tese. Crie  parágrafos para justificar a sua ideia, apontar exemplos, citar referências, levantar questionamentos etc. 

É importante que  você se mantenha bem informado, acompanhando o noticiário, lendo revistas, jornais, livros, que lhe darão recursos para escrever. Seja claro, direto e mantenha a coerências das suas ideias,  para convencer o leitor a  aceitar seus argumentos.

Passo 3 – Conclusão: Retome as ideias expostas na introdução. Apresente saídas e resultados. Faça um apanhado geral do que expôs anteriormente.

6) Uso de linguagem formal

Uma das cinco competências da redação  do ENEM avalia o rigor gramatical.  
- Evite o uso da primeira pessoa.  Por exemplo, “eu acho que"  ...  “penso que" ... etc.  Dê  a sua opinião de maneira clara, mas  usando a linguagem formal. 
Exemplos: nota-se que; percebe-se que ...
-  Evite as gírias e os vícios de linguagem. O discurso falado é diferente do discurso escrito. Numa redação, não escrevemos como falamos. Prepare-se antes da prova, enriquecendo o seu vocabulário  com boas leituras.

7) Saiba dividir as suas ideias no texto  usando  os sinais de pontuação 

Um dos erros mais comuns nas redações é colocar as ideias de modo descoordenado. Às vezes o candidato tem um bom posicionamento e bons argumentos, mas se perde no uso adequado  dos sinais de pontuação, estruturação de frases e parágrafos, que são indispensáveis para ajudar o leitor/corretor  a compreender o texto.

Sempre que tiver uma nova ideia ou argumento, inicie um novo parágrafo, em uma nova linha. Saiba qual é  a função de cada ponto e use  adequadamente.

8) Evite parágrafos muito longos e estruturas sintáticas incompletas

Para dar clareza ao texto, use parágrafos  curtos, que não ultrapassem duas ou três linhas, mas evite que sejam curtos demais.

9) Use sinônimos para evitar  repetir palavras. Não repita  argumentos

repetição de palavras enfeia seu texto. Substitua por sinônimos.  Prefira um vocabulário simples a palavras difíceis ou rebuscadas. 

10)  Não aproxime palavras com o mesmo som. Ex: Não haverá a caminhada divulgada. 

11)   Uso de Adjetivos
O emprego exagerado do adjetivo, como se o autor quisesse “embelezar” o texto, pode  confundir o leitor.

12) Não abuse das conjunções  QUE , POIS e  do advérbio  ONDE

- POIS -  não use  no início de um texto. Pois é uma conjunção explicativa ou conclusiva. Ninguém explica ou conclui nada  no primeiro parágrafo.

-  QUE  e POIS  são conjunções explicativas e antepostas ao verbo.  Exprimem  explicação,   razão, motivo. São também conclusivas e pos-postas ao verbo. Exprimem conclusão.  Ex: Corra,  que vai chover logo!  Corra, pois vai chover logo ! 
      ONDE - advérbio de lugar.  Só deve ser usado quando se referir a lugar. Nos demais casos use em que ou quando.

13) Reescreva o seu rascunho
Passe a limpo o seu rascunho, aprimorando as suas ideias e inserindo coisas que você considera faltar. Use adequadamente o seu tempo.

14) Atente para os direitos humanos e as questões sociais

Na redação de  2014  o tema foi   "Publicidade infantil em questão no Brasil".   E2015  
"A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”Fique  atento, estruture suas ideias e  soluções. Explore sua criatividade e  mantenha o bom senso.

15) Revise o texto

Revise sua redação,  elimine  erros gramaticais ou ortográficos. Para finalizar, corrija linha por linha e parágrafo por parágrafo.  A revisão pode fazer a diferença na sua pontuação.

Amplie seus conhecimentos. Clique nos links abaixo:

Escreve bem quem lê muito.Técnicas e dicas para uma boa leitura


Gêneros Textuais Argumentativos e Persuasivos: Cartas de Reclamação e de Solicitação. Carta Aberta, Abaixo Assinado, Manifesto, Carta do Leitor, Artigo de Opinião e seus Modelos. Atividades


Baixe os  temas de redação do Enem de 2014 e 2015 

A redação do Enem 2015 teve como tema:   "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. 
O candidato deveria escrever um texto dissertativo e apontar uma proposta de intervenção. 

Para ver e baixar a prova de redação e de linguagens (caderno amarelo), clique no link abaixo ou clique aqui                           http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2015/CAD_ENEM%202015_DIA%202_05_AMARELO.pdf
Tema  da redação de 2014 -  "Publicidade infantil em questão no Brasil".
Clique aqui                            ou no link abaixo: 

7 PROVÁVEIS TEMAS DE REDAÇÃO DO ENEM / 2016


Conceito de família no mundo atual: O conceito de família mudou muito nas últimas décadas. A antiga descrição, que era constituída por homem, mulher e filhos, já não cabe mais. O conceito não é mais vinculado à união entre heterossexuais. O tema é um forte candidato, visto que também trabalha com o preconceito da sociedade.
Saiba mais sobre a familia atual. Clique no link abaixo:

Da Família Patriarcal às Novas Concepções de Famílias na Sociedade Atual.Conheça 14 Tipos de Famílias.Poligamia, Monogamia, Poliginia, Poliandria e Sociedades Matrilineares.Atividades
Veja os demais temas para 2016: 


Sites consultados
Veja 10 dicas (imperdíveis) para fazer uma boa redação
Blog do ENEM. Como fazer um texto dissertativo-argumentativo – Redação Vestibular e Enem.