sábado, 30 de abril de 2016

Howard Gardner e sua Teoria das Inteligências Múltiplas. 9 tipos de inteligência que a escola deve valorizar. O que é o TESTE de QI ?

O cantor Michael Jackson


Howard Gardner é autor da  Teoria das Inteligências Múltiplas, que se contrapõe ao conceito de inteligência como sendo uma capacidade inata, geral e única. 

Cientista  formado no campo da psicologia e da neurologia, nasceu no estado norte americano  da  Pensilvânia,  em 1943, numa família de judeus alemães refugiados do nazismo.   Professor adjunto de neurologia na Universidade de Boston, Professor de Cognição e Educação na Universidade Harvard (EUA), recebeu o Prêmio Príncipe das Astúrias das Ciências Sociais. 

A Teoria das Inteligências Múltiplas é uma alternativa ao conceito  de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos um desempenho, maior ou menor, em qualquer área de atuação.   É consenso que dois fatores levam uma pessoa a desenvolver  capacidades  inatas: a educação que recebe e as oportunidades que encontra.   Para Gardner, a educação costuma errar ao  não levar em conta os vários potenciais de cada um. Além disso,  é comum que essas  aptidões sejam sufocadas pelo hábito nivelador da maioria absoluta das  escolas. Ele atribui à escola duas funções essenciais: modelar papéis sociais e transmitir valores.   

Até o aparecimento da teoria de Gardner, os testes tradicionais de inteligência consideravam apenas as inteligências verbal e a lógico-matemática. Gardner desfez  crenças  e trouxe novos elementos para o estudo da  inteligência, trazendo para o debate a diversidade humana.  De acordo com a definição tradicional, inteligência  é uma  capacidade cognitiva uniforme,
Howard Gardner
com a qual as pessoas nascem.   Gardner se contrapõe  ao defender que  inteligência é:  
a) a  habilidade de elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou comunitários;        b) um conjunto de habilidades que permitem que uma pessoa resolva problemas;        c)  o  potencial de encontrar ou criar soluções para problemas, o que envolve adquirir novos conhecimentos.    

O cientista causou forte impacto na área educacional com sua teoria, que nasceu quando ele  integrou-se ao Harvard Project Zero, destinado inicialmente às pesquisas sobre educação artística, passando a se dedicar a desenvolver
pesquisas que resultaram na Teoria das Inteligências Múltiplas.  Inconformado  com a ideia de QI (quociente de inteligência média) e visões unitárias de inteligência, que focalizam sobretudo as habilidades importantes para o sucesso escolar, Gardner redefiniu inteligência à luz das origens biológicas da habilidade para resolver problemas.  

O psicólogo se valeu do mapeamento encefálico usando  técnicas modernas e suas conclusões, como a maioria das que se referem ao funcionamento do cérebro,   são empíricas. O estudo  reforça a ideia de que compensar desvantagem genética com um ambiente estimulador de habilidades e condições adequadas de aprendizado, sempre suscitam respostas positivas dos estudantes. 

No livro Estruturas da Mente escrito em 1983, Gardner descreve sete dimensões da inteligência. Em 1999 ele  acrescentou  mais duas: a inteligência natural (capacidade de reconhecer e classificar espécies da natureza) e a  inteligência  existencial (capacidade de refletir sobre questões fundamentais da vida humana),  e sugeriu o agrupamento da inteligência interpessoal e da intrapessoal numa só. Vamos conhecê-las:

1.    Inteligência verbal ou linguística:  habilidade verbal bem desenvolvida, sensibilidade aos sons, significados e ritmos das palavras;

2.    Inteligência lógico-matemática: habilidade de pensar de forma conceitual e abstrata, além da capacidade de discernir padrões lógicos ou numéricos;

3.    Inteligência musical:  habilidade de produzir e apreciar ritmos, tons e timbres;

4.    Inteligência visual ou espacial: capacidade de pensar em forma de imagens, “visualizar” conceitos abstratos;

5.    Inteligência corporal ou cinestésica: capacidade de controlar o próprio corpo e lidar fisicamente com objetos variados;

6.    Inteligência interpessoal: capacidade de detectar e responder adequadamente aos humores, motivações e desejos dos outros;

7.    Inteligência intrapessoal: capacidade de ser autoconsciente e em sintonia com seus sentimentos interiores, valores, crenças e processos de pensamento;

8.    Inteligência naturalista: habilidade para reconhecer e categorizar plantas, animais e outros elementos da natureza;

9.    Inteligência existencialista: sensibilidade e capacidade para lidar com questões profundas em torno da existência humana, como o significado da vida, por que morremos, ou como chegamos até aqui. 


Para o autor existem talentos diferenciados para atividades específicas. O físico Albert Einstein, por exemplo,  tinha excepcional aptidão lógico-matemática, mas provavelmente não dispunha do mesmo talento para outras habilidades.   O mesmo pode ser dito da veia musical de Wolfgang Amadeus Mozart ou da inteligência físico-cenestésica do futebolista brasileiro Pelé. Portanto, cada um de nós tem seu talento. É papel da  escola estimular
habilidades potenciais de seus alunos.   
Imagem:   http://neuronatura.wix.com/neuronatura#!inteligncias-mltiplas---howard-gardner/c1fos
Os Testes de QI  X   A Teoria das Múltiplas Inteligências 
Até  a publicação de sua teoria, o padrão aceito para avaliar a inteligência eram os Testes de QI (quociente de inteligência média), criados nos primeiros anos do século 20 pelo psicólogo francês Alfred Binet (1857-1911), a pedido do Ministro da Educação de seu país.
QI significa Quociente de Inteligência, um fator que mede a inteligência das pessoas com base nos resultados de testes específicos. Portanto, o QI mede o desempenho cognitivo de um indivíduo comparando a pessoas do mesmo grupo etário. O QI era basicamente, a capacidade de dominar o raciocínio que hoje se conhece como lógico- matemático. 
Na  concepção  tradicional de inteligência, um sistema educacional eficiente deve basear-se em testes de múltipla escolha, os chamados testes de respostas curtas,  para avaliar os alunos.   Tal prática é  adotada por áreas governamentais do Brasil, como   ENEM, Prova Brasil etc, que desfavorecem  os alunos especiais, sejam os superdotados ou aqueles com problemas de aprendizado, na avaliação de estudiosos.  Professores, pesquisadores, estudantes e pais já perceberam a ineficácia de testes padronizados de inteligência, como forma de mensurar a inteligência e o aprendizado dos alunos, corroborando com  Gardner, para quem  todo ser humano possui múltiplos tipos de inteligencias,  e cada uma delas pode ser desenvolvida ou enfraquecida. Portanto, cabe à escola  rever seus conceitos. 

Sites consultados
GAMA, Maria Clara S. Salgado. A Teoria das Inteligências Múltiplas e suas implicações para Educação
Instituto Claro.  Pensadores da Tecnologia e da Educação
Todas as imagens são do Google

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