Jean Baptiste Debret
(1768-1848)
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Apresentamos
a História da Escravidão Negra no Brasil, a partir da leitura de imagens, para trazer à memória dos nossos
alunos um importante fato histórico, que do do ponto de vista
da legislação do Estado brasileiro pôs fim, oficialmente, à escravidão negra no país: a assinatura
da Lei Áurea, pela Princesa Isabel, em 13 de Maio de
1888.
São imagens pintadas por dois importantes pintores europeus que chegaram ao
Brasil na primeira metade do século XIX: o francês Debret e o alemão Rugendas.
Essas fontes imagéticas podem ser trabalhadas com os alunos, com os seguintes objetivos:
· - Analisar
e compreender a História da Escravidão Negra no Brasil, para que saibam de onde
vieram, por que, como, o que querem agora;
· - Serem capazes de ler as imagens e
relacioná-las com outras fontes históricas, a exemplo dos documentos escritos
e demais representações.
Johan Mauritz Rugendas
(1802-1858)
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A vinda para o Brasil do Rei D. João VI acompanhado pela Corte Portuguesa, em janeiro de 1808 (início do século XIX), fugindo da invasão das tropas de Napoleão Bonaparte a Portugal, trouxe grandes transformações para a Colônia, que passou a ser a Sede do Governo Português.
Sete anos depois, em 1815, o
Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves (região do
sul de Portugal), ou seja, deixou de ser uma colônia, adquirindo autonomia
administrativa, o primeiro passo para proclamar sua Independência de Portugal
em 7 de Setembro de 1822.
Junto
com a família real chegaram escritores e pintores europeus, com a
finalidade de retratar o cotidiano do “império nos trópicos”, os aspectos
econômicos, sociais e culturais da Colônia. Era a Arte a serviço da
Memória Histórica do Brasil, durante a primeira metade do século XIX.
Dentre os pintores ou desenhistas, como eram chamados, destacam-se o pintor francês Jean
Baptiste Debret e o alemão Johann Moritz Rugendas.
Jean Baptiste Debret (1768- 1848)
Debret
integrou a Missão Artística Francesa que chegou ao Brasil em 1816. Ao
regressar à Europa publicou seu livro Voyage Pitoresque et
Historique au Brésil (Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil), que
foi traduzido para o português por Sérgio Milliet em meados do século XX.
O livro tinha três volumes, com 153 pranchas dotadas de legendas, que comentam cada retrato apresentado. O primeiro volume apresenta os índios e a mata nativa; o segundo concentra-se nos escravos: o trabalho urbano, os artesãos e a agricultura; o terceiro foca cenas do cotidiano, as manifestações culturais, festas e tradições populares.
O livro tinha três volumes, com 153 pranchas dotadas de legendas, que comentam cada retrato apresentado. O primeiro volume apresenta os índios e a mata nativa; o segundo concentra-se nos escravos: o trabalho urbano, os artesãos e a agricultura; o terceiro foca cenas do cotidiano, as manifestações culturais, festas e tradições populares.
Johann Moritz Rugendas (1802-1858)
O pintor
alemão Johann Moritz Rugendas, chegou ao Brasil em 1821, integrando
a missão do Barão de Langsdorff, cientista e diplomata russo. No
Brasil, Rugendas logo deixou a expedição e passou a viajar
por conta própria, percorrendo de 1822 a 1825 várias partes do país.
Retratou variados aspectos da vida da nação que acabara de se formar, depois de ficar independente de Portugal. Rugendas registra justamente o momento de transição entre o Brasil Colônia e o Brasil nação independente, formando uma coletânea de cem trabalhos publicada em Paris, em 1835, sob o título de “Voyage Pittoresque au Brésil” (Viagem Pitoresca ao Brasil).
Retratou variados aspectos da vida da nação que acabara de se formar, depois de ficar independente de Portugal. Rugendas registra justamente o momento de transição entre o Brasil Colônia e o Brasil nação independente, formando uma coletânea de cem trabalhos publicada em Paris, em 1835, sob o título de “Voyage Pittoresque au Brésil” (Viagem Pitoresca ao Brasil).
Por meio das telas de Debret e Rugendas, iremos conhecer o cotidiano, a religiosidade, o trabalho duro nos engenhos, o trabalho urbano, festas e tradições populares dos escravos nos registros históricos desses dois viajantes europeus. Veja, estude, interprete e se emocione com as imagens.
Negros no fundo do porão de navio. Desenho: Johann Moritz Rugendas, 1835
A viagem nos navios negreiros era dura. Mulheres, homens e crianças se espremiam deitados ou sentados, por falta de espaço. A travessia do Oceano Atlântico saindo da África para a Diáspora na America deve ser lembrada para que aqueles horrores não se repitam jamais.
Desembarque no Cais do Valongo, Rio de Janeiro. Rugendas
Aqui desembarcaram cerca de dois milhões de escravos.
Assista ao vídeo sobre o desembarque dos negros no Cais do Valongo
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Escravas negras de diferentes nacionalidades. Litografia: Jean Baptiste Debret, 1834-1839. |
Engenho de açúcar de cana. Desenho: Johann Moritz Rugendas, 1835 |
Habitação dos negros. Litografia: Johann Moritz Rugendas, 1835. |
não é mera coincidência.
Os Castigos para manter o controle,
rebaixando o moral dos negros
rebaixando o moral dos negros
Aplicação do castigo da chibata. Debret |
Sapateiro - Debret. O dono da sapataria castiga o escravo sob o olhar de aprovação da mulher |
Capitão do mato. Desenho: Johann Moritz Rugendas, 1835. O capitão do mato era encarregado de caçar os escravos que fugiam e se escondiam na mata |
Engenho Manual que Faz Caldo de Cana. Debret, 1822. Aquarela sobre papel. Museus Castro Maya. Reprodução fotográfica Pedro Oswaldo Cruz |
Obs: Embora a legenda atribua a obra Trés Orixás a Rugendas, ela é de autoria da grande artista plástica brasileira Djanira da Mota e Silva, que nasceu em Avaré – São Paulo, em 1914. Foi pintora, desenhista, ilustradora, cartazista e cenógrafa brasileira. Fez desenhos para tapeçaria e azulejaria. Aos 23 anos, contraiu tuberculose e foi internada no Sanatório Dória, em São José dos Campos. Fonte: https://taislc.blogspot.com.br/2014/11/djanira-e-sua-obra.html |
Jovens Negras Indo à Igreja para Serem Batizadas. Debret, 1821
aquarela sobre papel. Reprodução fotográfica Pedro Oswaldo Cruz
Johann Moriz Rugendas. Festa de Nossa Senhora do Rosário, Patrona dos Negros |
Jean Baptiste Debret. Coleta para a manutenção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário |
CENAS DO COTIDIANO
Típica cena do cotidiano doméstico. Senhora costurando, a filha estudando e os escravos na lida diária
Típica cena do cotidiano doméstico. Senhora costurando, a filha estudando e os escravos na lida diária
Rugendas. Uma senhora brasileira em seu lar |
Um jantar brasileiro. Jean Baptiste Debret |
Os “escravos de ganho” ou “negros de ganho”
"Negras de Tabuleiro"
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Jean Baaptiste Debret: Negros vendedores de aves, 1823.
Aquarela sobre papel. Rio de Janeiro. Museu Castro Maya/Iphan
“Negras de Tabuleiro”
Aquarela sobre papel. Rio de Janeiro. Museu Castro Maya/Iphan
“Negras de Tabuleiro”
Negras cozinheiras, vendedoras de angu - Debret
Rugendas. Venda no Recife
A CAPOEIRA OU DANÇA DA GUERRA - Momentos de descontração
"Jogar Capüera ou Dance de la Guerre" (Jogar Capoeira ou Dança da Guerra). RUGENDAS, J.M. Voyage pittoresque et historique dans le Brasil. Engelmann et Cie, Paris, 1834
Litogravura de Rugendas (Negro e Negra na Fazenda)
Para ilustrar o que você viu aqui, assista ao vídeo
Veja o filme A Rota do Escravo - A Alma da Resistência |
Amplie seus conhecimentos. Veja também:
10 Raras Fotografias de Escravos Brasileiros Feitas Há 150 Anos Atrás
Africanidades. História da Capoeira e do Berimbau nas Telas de Debret e Rugendas. A Lenda do Berimbau. Música Paranauê. Atividades
Diener, Pablo. Brasil dos 4 visitantes. USP: Revista USP, São Paulo: 1996
http://www.usp.br/revistausp/30/04-diener.pdf
Câmara Municipal de Campos. Exposição Escravidão no Brasil
http://www.camaracampos.rj.gov.br/tp-cultura/exposicao-escravidao-no-brasil
http://revistaescola.abril.com.br/historia/fundamentos/visoes-passado-423234.shtml
Illustratus http://blogillustratus.blogspot.com.br/2010_05_01_archive.html
http://educacao.uol.com.br/biografias/jean-baptiste-debret.jhtm
Blog Virtualia - O Manifesto Digital
http://virtualiaomanifesto.blogspot.com.br/2008/11/viagem-pitoresca-ao-brasil-de-debret-e.html
Formas do trabalho escravo no brasil
http://pt.slideshare.net/marialuzinete/rugendas-e-debret-retratos-da-escravido-no-brasilhttp://www.brasilescola.com/historiab/formas-trabalho-escravo-no-brasil.htm
http://oglobo.globo.com/rio/pesquisa-americana-indica-que-rio-recebeu-2-milhoes-de-escravos-africanos-15784551
Vídeo: A Rota do escravo
https://www.youtube.com/watch?v=HbreAbZhN4Q&feature=youtu.be
Todas as imagens são do Google
Caro amigo. Excelenteseu Blog. Por isso permito-me corrigir a legenda da Ilustração "Três orixás" indicada como sendo de autoria de Rugendas e na realidade é da pintora paulista Djanira Motta e Silva (1914-1979).
ResponderExcluirObrigada, caro Rei Barroco. Pesquisei no Google e confirmei sua retificação.
ResponderExcluirA Grande artista plástica Djanira Djanira da Mota e Silva nasceu em Avaré – São Paulo em 1914. Foi pintora, desenhista, ilustradora, cartazista e cenógrafa brasileira. Ainda fez desenhos para tapeçaria e azulejaria. Aos 23 anos, contraiu tuberculose e foi internada no Sanatório Dória, em São José dos Campos.
Fonte: https://taislc.blogspot.com.br/2014/11/djanira-e-sua-obra.html
Abraço, volte sempre !