A crônica é um gênero literário que se caracteriza por ser uma narrativa breve, sem análises profundas, mas com abordagem reflexiva, subjetiva e comunicativa. O que torna a crônica especial é a forma como uma história comum, que pode acontecer com qualquer pessoa é escrita.
Apresenta-se ora humoristicamente, ora dramaticamente, mas quase sempre com sátiras, revelando a intimidade de personalidades famosas, de preferência a vida íntima, particular, secreta, que despertam a curiosidade do leitor. Os personagens da crônica são definidos no momento da ação, falando-se muito pouco sobre eles.
Sua popularização está intimamente ligada ao espaço aberto na imprensa. Atualmente é comum alguns jornais e revistas publicarem textos de cronistas bem conceituados, como Luís Fernando Veríssimo, Carlos Heitor Cony, entre outros. Cronista é a pessoa que escreve crônica, seu autor.
Trazemos a crônica de Fernando Sabino - o Homem Nu, que integra seu livro de contos e crônicas do mesmo nome, lançado em 1960. São quarenta crônicas e pequenos contos que formam o livro, com reflexões sobre o cotidiano. O Homem Nu virou filme em 1967, estrelado por Paulo José e Leila Diniz, sob a direção de Roberto Santos. Sabino não gostou e fez sua própria roteirização da história.
Sabino relata a história de um homem que levava a sério as suas finanças,
mas esqueceu de pagar a prestação da TV. Combinou com a esposa para não
abrir a porta para ninguém. Pela manhã tirou o pijama para tomar banho,
mas sua mulher já havia entrado no banheiro.
Ele
resolve fazer café e foi pegar o pão na área de serviço. Quando abriu a porta, bateu um vento forte e a trancou. Começa a bater na porta mas sua
esposa não abriu pensando que era o homem da TV. Ele tenta cobrir-se com
o embrulho do pão. Depois de muito tempo andando pelas escadas e elevadores
fugindo dos vizinhos, volta para casa, quando a vizinha abre a porta e o vê nu.
Apresentamos a história com ilustrações nos dois formatos a seguir. Acompanhe !
Apresentamos a história com ilustrações nos dois formatos a seguir. Acompanhe !
Ao acordar, disse para a
mulher:
— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.
Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito.
Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor.
Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir.
Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo...
Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder.
Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
— Ah, isso é que não! — disse o homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pelo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
— Isso é que não — repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu...
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
— Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
— Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
— É um tarado!
— Olha, que horror!
— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
Não era: era o cobrador da televisão.
— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.
Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito.
Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor.
Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir.
Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo...
Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder.
Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
— Ah, isso é que não! — disse o homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pelo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
— Isso é que não — repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu...
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
— Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
— Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
— É um tarado!
— Olha, que horror!
— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
Não era: era o cobrador da televisão.
Esta é uma das crônicas
mais famosas do grande escritor mineiro Fernando Sabino. Extraída do livro de
mesmo nome, Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, página 65.
Fonte: Blog do Paulista http://blogdopaulista.blogspot.com.br/2010/05/o-homem-nu.html
Vocabulário
1- Vigarice: Ato de trapaça; fraude. 2- Lanço: Parte de uma escada entre dois patamares sucessivos; o mesmo que lance. 3- Grotesco - ridículo, extravagante.
4- Encetar - iniciar, começar. 5- Em pelo - nu, pelado.
6- Pesadelo de Kafka - referência ao escritor checo Franz Kafka, que criou histórias fantásticas com toques de terror e situações incomuns. Muitas vezes, seus personagens se sentiam assustados e em agonia, como se vivessem um pesadelo.
7- Regime do Terror - referência ao período da Revolução Francesa compreendido entre 31 de maio de 1793 e 27 de julho de 1794 (século XVIII), em que milhares de pessoas foram executadas na guilhotina por se oporem ao governo e às ideias de Maximilien de Robespierre.
8- Estarrecida:espantada, horrorizada, perplexa.
9- Radiopatrulha- veículo da polícia equipado com rádio.
Compreensão do texto e análise da organização do enredo
4- Encetar - iniciar, começar. 5- Em pelo - nu, pelado.
6- Pesadelo de Kafka - referência ao escritor checo Franz Kafka, que criou histórias fantásticas com toques de terror e situações incomuns. Muitas vezes, seus personagens se sentiam assustados e em agonia, como se vivessem um pesadelo.
7- Regime do Terror - referência ao período da Revolução Francesa compreendido entre 31 de maio de 1793 e 27 de julho de 1794 (século XVIII), em que milhares de pessoas foram executadas na guilhotina por se oporem ao governo e às ideias de Maximilien de Robespierre.
8- Estarrecida:espantada, horrorizada, perplexa.
9- Radiopatrulha- veículo da polícia equipado com rádio.
Vamos Praticar ? Atividades
Compreensão do texto e análise da organização do enredo
1) No texto “O Homem Nu”, é possível observar traços de linguagem informal. Dentre as opções apresentadas,
a única em que ocorre esse registro linguístico é:
a) “... Agarrou-se à porta do elevador...”
b) “... para ele pensar que não tem ninguém...”
c) “... Enquanto esperava, resolveu fazer um café...”
d) “... Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro....”
2) No que diz respeito ao modo de organização do discurso, é possível dizer que o texto de Fernando Sabino é predominantemente:
a) narrativo; b) descritivo; c) expositivo; d) argumentativo.
3) O texto foi escrito no início da década de 1960. Que fatos ou situações nos permitem concluir que a história não se passa nos dias de hoje?
4) Por que a mulher não abriu a porta do apartamento quando a campainha tocou?
5) O momento da narrativa em que a sequência de acontecimentos atinge o mais alto grau de tensão chama-se clímax. Qual o momento de maior tensão e nervosismo no texto?
6) Retire do texto O homem Nu três palavras ou expressões que expressam (marcam) o tempo na narrativa. Exemplo: Enquanto isso ...
7. Faça uma pesquisa sobre o famoso escritor Kafka, nascido ba Tchecoeslováquia (país da Europa Central). Exercicios adaptade de: http://atividadeslinguaportuguesamarcia.blogspot.com.br/2013/02/estudo-da-cronica-o-homem-nu.html
a) “... Agarrou-se à porta do elevador...”
b) “... para ele pensar que não tem ninguém...”
c) “... Enquanto esperava, resolveu fazer um café...”
d) “... Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro....”
2) No que diz respeito ao modo de organização do discurso, é possível dizer que o texto de Fernando Sabino é predominantemente:
a) narrativo; b) descritivo; c) expositivo; d) argumentativo.
3) O texto foi escrito no início da década de 1960. Que fatos ou situações nos permitem concluir que a história não se passa nos dias de hoje?
4) Por que a mulher não abriu a porta do apartamento quando a campainha tocou?
5) O momento da narrativa em que a sequência de acontecimentos atinge o mais alto grau de tensão chama-se clímax. Qual o momento de maior tensão e nervosismo no texto?
6) Retire do texto O homem Nu três palavras ou expressões que expressam (marcam) o tempo na narrativa. Exemplo: Enquanto isso ...
7. Faça uma pesquisa sobre o famoso escritor Kafka, nascido ba Tchecoeslováquia (país da Europa Central). Exercicios adaptade de: http://atividadeslinguaportuguesamarcia.blogspot.com.br/2013/02/estudo-da-cronica-o-homem-nu.html
Sites consultados
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2009_fafipar_portugues_md_tania_ines_weizenmann_pereira.pdf
http://www.universodosleitores.com/2013/10/especial-fernando-sabino-o-homem-nu.html
http://www.cepuerj.uerj.br/App_Upload/(S01920)MOTORISTAFINAL.pdf
http://brasilescola.uol.com.br/redacao/cronica.htm
http://escolakids.uol.com.br/caracteristicas-da-cronica.htm
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22410
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Homem_Nu
Diferença entre conto e cronica
http://anagabrielavieira.blogspot.com.br/2010/03/diferenca-entre-cronica-e-conto.html
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/roteiropedagogico/publicacao/4084_CONTO_OU_CRONICA.pdf
http://www.tirodeletra.com.br/conselho/LiteracriaContoecronica.htm
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http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2009_fafipar_portugues_md_tania_ines_weizenmann_pereira.pdf
http://www.universodosleitores.com/2013/10/especial-fernando-sabino-o-homem-nu.html
http://www.cepuerj.uerj.br/App_Upload/(S01920)MOTORISTAFINAL.pdf
http://brasilescola.uol.com.br/redacao/cronica.htm
http://escolakids.uol.com.br/caracteristicas-da-cronica.htm
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22410
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Homem_Nu
NASCIMENTO,
Edna Ranielly do PIBID/CH/Universidade et.all. A crônica
“o homem nu” na construção de jovens leitores: um Relato de
experiência. Acesso em 31/07/16
http://www.editorarealize.com.br/revistas/enlije/trabalhos/Modalidade_1datahora_09_06_2014_13_45_04_idinscrito_558_5ccb6d26e687e74eb1dc05441456a192.pdfDiferença entre conto e cronica
http://anagabrielavieira.blogspot.com.br/2010/03/diferenca-entre-cronica-e-conto.html
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/roteiropedagogico/publicacao/4084_CONTO_OU_CRONICA.pdf
http://www.tirodeletra.com.br/conselho/LiteracriaContoecronica.htm
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