sábado, 30 de agosto de 2014

Folclore e Cultura Brasileira. Lendas indígenas: a lenda do curupira ou da caipora e a lenda do milho. Quadrinhas e adivinhações. Atividades

Festa popular no Brasil

O termo cultura  define  o conjunto de atitudes, crenças e  códigos de comportamento. Todos os povos e nações têm cultura. Por isso estudamos cultura indígena, cultura afro-brasileira, cultura europeia...

Folclore – é tudo aquilo que faz parte das tradições populares,    passadas  de uma geração para a outra, através dos mitos, lendas,  contos,  superstições, estórias, 
adivinhaçõescantigas, festas, danças, poesias,  jogos, brinquedos, brincadeiras, ditados/provérbios/ditos populares,  artesanato, vestuários, etc.,sem saber quem foi o autor.  

A palavra folclore foi  criada na Inglaterra, em meados do século XIX, e vem da  fusão de dois  termos: folk (povo, popular) e lore (sabedoria, conhecimento, costume). Juntos significam sabedoria popular. 


Todo  dia 22 de Agosto comemoramos o Dia do Folclore, com muitas festas e manifestações populares

O termo Folk-Lore foi empregado pela primeira vez em 22 de agosto de 1846 (século XIX), por isso, no mês de agosto comemoramos o  folclore. 


  
Resumindo, consideram-se como folclore: 
 As narrativas tradicionais: os contos populares,  mitos, lendas e estórias. 
  • 1- Os costumes tradicionais preservados e transmitidos oralmente de uma geração à outra, os códigos sociais de conduta, as celebrações  cerimoniais  religiosos populares.
  • 2- Os sistemas populares de crenças e superstições, ligados à vida e ao trabalho.
  • 3- Os sistemas e formas de linguagem: seus dialetos, ditos populares ou  provérbios etc.

Artesanato: cerâmica
de Maragogipe, Bahia


O que são Lendas e Mitos ? 

As lendas procuram dar explicações para acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais. São estórias contadas e transmitidas oralmente,  de geração a geração. 

Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia, da imaginação das pessoas.

Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos para dar sentido às coisas.

Mapa do Brasil: as manifestações  folclóricas
 em todo o país. Identifique-as no mapa 
Os mitos também serviam para passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos, defeitos e qualidades do ser humano. 

Nos mitos  os deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido à vida e ao mundo.

Exemplos de lendas, mitos, contos, festas e manifestações  folclóricos no Brasil

No  Brasil as tradições folclóricas resultaram  da união da cultura dos povos que deram origem ao povo brasileiro: os europeus, os africanos e os ameríndios, também conhecidos como indígenas ou índios. 

Conheça duas lendas de origem indígena, muito populares na Região Norte do Brasil - uma conta como surgiu o milho e a outra homenageia  nossas matas e nossos animais: o Curupira e a Lenda do Milho.

A Lenda do Curupira ou da Caipora

A Lenda do curupira ou da Caipora é  de origem indígena e muito popular na Amazônia, Região Norte do Brasil. 

O curupira é um anão de pés às avessas, com dedos virados para trás e calcanhares para frente. Ele  protege as matas (flora)  e os animais (fauna)

Ele assombra nas florestas, ao lado dos cães e porcos que são seus amigos inseparáveis. É um índio pequeno, ágil e de cabelo vermelho. 

O curupira adora confundir os caçadores, pois ele tem os pés virados para trás e o poder de aparecer e desaparecer. É uma criatura fantástica. Sua missão é cuidar da mata. 


Ele faz tudo para proteger os animais e as plantas. Quem atira nos bichos por diversão ou persegue as fêmeas com filhotes,  sempre acaba caindo numa das armadilhas do curupira também conhecida como caipora. Cuidado para não se perder na floresta por causa dele!

A Lenda do Milho

Plantação de milho
A lenda conta como surgiu o milho, segundo os índios parecis. Um grande chefe da tribo, muito antigo, chamado Ainotarê, ao sentir a aproximação da morte, chamou o filho Kaleitoê, ordenando-lhe que o enterrasse no meio da roça.  

Avisou ainda que, três dias depois de enterrado, brotaria de sua cova uma nova planta que, pouco depois, daria sementes. 

Pediu que não as comessem, pois, plantando-as, a tribo ganharia um novo alimento. Foi o que a tribo fez, surgindo o milho.
  
Leia a história e memorize. 

Tabajara era um velho índio muito bondoso e querido pelo seu povo.

A tribo estava passando por muita dificuldade. Não havia caça e a pesca estava difícil.

O velho índio, sentindo que ia morrer, reuniu os homens de sua tribo e disse:

_Enterrem meu corpo numa cova bem rasa. Cubram-me com palha seca e pouca terra. Esperem vir o sol e a chuva. Ali nascerá alimento para toda a tribo.

Após a morte de Tabajara, seu povo fez o que ele havia mandado.
E, sobre a cova do velho guerreiro, apareceu uma planta. Suas folhas compridas lembravam a lança de Tabajara. Sua flor vistosa parecia o cocar do chefe índio. E a tribo descobriu que sua espiga era um delicioso alimento. E foi assim que surgiu o milho.

Lenda:   A Mula-sem-cabeça

Nas noites de sexta-feira, todo cuidado é pouco! Diz a lenda que toda mulher que seduz padres e compadres vira mula-sem-cabeça: que solta fogo pelo pescoço, assustando quem ouve seu galope e as correntes que arrasta atrás de si.

Lenda do Saci-pererê

Diz a lenda que não é raro ouvir suas gargalhadas perto dos brejos. Também pudera! Ele se diverte pregando sustos nos outros! Quando aparece, esse negrinho de uma perna só é inconfundível com seu cachimbo e seu gorrinho vermelho. Inofensivo, vive fazendo diabruras, dando nó em rabo de cavalo e assustando o gado no pasto.


QUADRINHAS                                                              

SUBI NA SERRA DO FOGO
COM O SAPATO DE ALGODÃO
O SAPATO PEGOU FOGO
E EU VOLTEI DE PÉ NO CHÃO

EU VOU DAR A DESPEDIDA
COMO DEU O QUERO-QUERO
DEPOIS DA FESTA ACABADA
PERNAS PARA QUE TE QUERO!


Veja outras lendas do folclore  brasileiro nas ilustrações abaixo: 


Escreva os nomes das 5 lendas que você identificou acima .......................

Adivinhas ou Adivinhações 

São jogos e desafios em forma de perguntas,  
que fazemos uns aos outros, e que devemos 
tentar responder.   
Exemplos:  O que é grande  antes de ser pequena ?    R -  A vela 

Está no meio do ovo?         R - A letra V

Tem coroa, mas não é rei, tem raiz, mas não é planta?   R - O Dente 

O que é o que é? Nasci na água,  na água me criei, mas se botar na água morrerei?      R- Sal


O que é o que é? Todo mundo dá, mas pouca gente aceita?  R - Conselho

Atividades 


Festa junina na Região
Nordeste do Brasil
  
  1- Escolha a lenda que você mais gostou e tente  escrever uma nova versão criada por você. 

   2-  Cite  uma dança típica do estado onde você vive. 

   3-  Escreva  nomes de três comidas típicas do seu estado. 

   4- Cite  as festas folclóricas da sua cidade.
   5- Cite duas lendas muito conhecidas na sua região. 

Amplie seus Conhecimentos. Veja também:

Cultura Indígena. Músicas Tu Tu Tupi e Todo Dia Era Dia de Índio. Mural: Falamos Tupi-Guarani! Atividades


A Carta de Pero Vaz de Caminha Certidão de Nascimento do Brasil. Valor histórico (análise sociológica) e literário (quinhentismo). Trechos da Carta. Músicas Pindorama e Tu Tu Tu Tupi. Alimentos indígenas e portugueses. Atividades



Sites Consultados

FOLCLORE E CULTURA POPULAR
Ferretti, 
Sérgio. Disponível em:
FOLCLORE/CULTURA POPULAR: Aspectos de sua História
Frade, Cáscia
http://www.unicamp.br/folclore/Material/extra_aspectos.pdf
Folclore Brasileiro
Lendas brasileiras 
http://www.historiamais.com/lendasfolclore.htm

Todas as imagens são do Google


sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Educação Infantil. Livro Diversidade -Tatiana Belinky. Poema Diversidade: trabalhando valores humanos nas semelhanças e diferenças . Biografia de Tatiana Belinky. Atividades

A comunidade escolar reflete a sociedade onde vive, constituída por  grupos étnicos, crenças, costumes e características diferentes.  É através da relação com o outro que o indivíduo se desenvolve, aprende e se constitui. Na escola o aluno aprende  a conviver com as diferenças de forma harmoniosa e pacífica, rompendo com atitudes de desrespeito e discriminação. Por isso trazemos a historinha do livro  Diversidade, de autoria da  escritora russa Tatiana Belinky.

O que o aluno poderá aprender com esta historinha:

O professor deverá  chamar  a atenção dos alunos sobre a diversidade humana, que pode ser observada na própria comunidade escolar, onde há pessoas com características físicas diversas, modos de pensar, agir e se relacionar diferentes, merecendo respeito. Que as diferenças podem favorecer a troca de experiências e o crescimento do grupo. Daí a necessidade de trabalhar atividades que valorizem a diversidade humana presente no contexto escolar.

Produto final: os alunos irão montar um livrinho coletivamente,  com as historinhas produzidas por cada um deles.

Estratégias da aula:


. O professor poderá abrir uma roda de conversa, convidando os alunos para uma discussão sobre o tema.
. Escrever em cartões e distribuir com os  alunos as palavras: diversidade,desigualdade, igualdade,
semelhanças,diferenças,superior,inferior,igual, diferente.
. Ler  a historinha junto com os alunos. Depois iniciar a discussão sobre o conteúdo da mesma e os significados das palavras dos cartões.  Perguntar: o que é diversidade? Que contribuições a diversidade traz para a sociedade? E assim com  as demais palavras.
. Pedir que os alunos formem duplas e observem as características físicas um do outro. Que perguntem o que gostam,  o que não gostam e depois  criar uma historinha com base nas diferenças/semelhanças entre eles.

Material para os alunos:

Cada dupla receberá folhas de papel sulfite ou craft, lápis de cor, caneta hidrocor, giz de cera para escrever  e ilustrar sua historinha. As folhas deverão ser dobradas ao meio como se fossem páginas de livros e, posteriormente, serão grampeadas. 
Depois cada um lê a sua historinha. Por último, toda a classe reunida organiza um livrinho com as mesmas.  Agora vamos conhecer a bonita historinha.  

FONTE:

Poema: Diversidade

Um é feioso,
Outro é bonito
Um é certinho
Outro esquisito

Um é magrelo
Outro é  gordinho
Um é castanho
Outro é ruivinho

Um é tranqüilo
Outro é nervoso
Um é birrento
Outro dengoso

Um é ligeiro
Outro é mais lento
Um é branquelo
Outro sardento

Um é preguiçoso
Outro animado
Um é falante
Outro é calado
Um é molenga
Outro forçudo
Um é gaiato
Outro é sisudo

Um é moroso
Outro esperto
Um é fechado
Outro é aberto
Um carrancudo
Outro tristonho
Um divertido
Outro enfadonho
Um é enfezado
Outro é pacato
Um é briguento
Outro é cordato

De pele clara
De pele escura
Um, fala branda
O outro, dura

Olho redondo
Olho puxado
Nariz pontudo
Ou arrebitado
Cabelo crespo
Cabelo liso
Dente de leite
Dente de siso
Um é menino
Outro é menina
(Pode ser grande ou pequenina)
Um é bem jovem
Outro, de idade
Nada é defeito
Nem qualidade
Tudo é humano,
Bem diferente
Assim, assado,  todos são gente

Cada um na sua
E não faz mal
Di-ver-si-da-de
É que é legal !
Vamos e  venhamos
Isto é um fato:
Tudo igualzinho
Ai ,como é chato! 

Biografia da escritora Tatiana Belinky


Tatiana Belinky nasceu em 18 de março de 1919 em Petrogrado, atual São Petersburgo, na Rússia, um país situado no continente  Europeu. Devido à perseguição aos judeus na Rússia Soviética, a família Belinky, que era judia, mudou-se  para o Brasil, chegando a São Paulo em 1929, onde se casou com o médico Júlio de Gouveia em 1940. Criou com o marido várias adaptações de histórias infantis para teatro.  Entre 1952 e 1966, fez a primeira adaptação para a televisão da série O Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato. Colaborou na TV Cultura e em importantes jornais como crítica de literatura infanto-juvenil e de teatro, com o propósito  de estimular a leitura entre os jovens. Faleceu em São Paulo,  no dia 15 de junho de 2013,   aos 94 anos de idade. 
                                                                   
Atividades
Você gostou da historinha que acabou de ler? 
Qual o título ? Quem escreveu?     

2. Escreva um pequeno texto sobre a autora. 

3. Dê sua opinião sobre o que você entendeu por diversidade. 


Referências
Editora Moderna.  A vida e a obra de Tatiana Belinky
http://redes.moderna.com.br/2013/06/18/a-vida-e-a-obra-de-tatiana-belinky/
Folha de São Paulo
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/06/1295978-aos-94-anos-autora-tatiana-belinky-morre-em-sao-paulo.shtml
As imagens são do Google