quinta-feira, 28 de junho de 2012

RIO+20: DOCUMENTO FINAL DESAGRADA CÚPULA DOS POVOS, A VOZ DA SOCIEDADE CIVIL NA CONFERÊNCIA DA ONU


“Nós da sociedade civil lamentamos, mas o documento final da ONU é fraco, medroso e não avança no sentido de uma sociedade justa”.      
Iara Pietricovsky, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC) e mediadora do encontro com o secretário-geral da ONU

A Rio+20, Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Meio Ambiente, clima e desenvolvimento sustentável, realizada no período de 20 a 22 de Junho, no Rio de Janeiro, contou com a presença de 170 Chefes de Estados e seus Diplomatas, que se reuniram no Rio Centro.

O Documento Final da Conferência intitulado o Futuro que Queremos não recebeu o aplauso dos participantes. Embora repita por mais de sessenta vezes a palavra pobreza, pontos críticos como a definição de economia verde e as garantias de ajuda financeira por parte dos países ricos para apoiar ações que promovam o desenvolvimento sustentável nos países pobres, não avançaram.
Os Estados Unidos da América (EUA) garantiram 20 milhões de dólares para programas de energia limpa na África. O representante da União Européia (EU) para o Meio Ambiente, Janez Potocnik, destacou como ponto positivo do documento final o reconhecimento da economia verde como algo importante para o desenvolvimento sustentável.
A sociedade civil marcou presença com a chamada Cúpula dos Povos, formada por ONGs (Organizações não-governamentais), associações, empresários, representantes de Igrejas e religiões, minorias étnicas...Reunida no Aterro do Flamengo, seus integrantes se mobilizaram para dizer aos governos o que pensa o cidadão comum sobre progresso e respeito à natureza, ou seja, desenvolvimento com sustentabilidade.
Ao classificar os acordos promovidos pela ONU, que resultou no Documento Final da Conferência como “fracos”, “medrosos”, “pouco ambiciosos”, apresentou ao Secretário Geral da entidade, o coreano Banki-moon, o seu próprio documento final, com os seguintes temas : soberania alimentar; trabalho; energia; empresas; extrativistas; defesa dos bens comuns e justiça social.
Entretanto, apesar das críticas, a Conferência deixou um grande legado para a humanidade: a consciência de que as questões ecológicas devem estar no centro das nossas ações cotidianas. A reciclagem  do lixo, melhor uso dos alimentos disponíveis; uso de energia limpa e distribuição justa das riquezas, alimentam a ideia de cultura “ecologicamente correta”, a qual deve ser formada do berço ao túmulo, lembrando que no centro de tudo está o homem. Para tanto, é preciso que cada habitante do nosso Planeta faça o seu dever de casa.Site da ONU Brasil: documento final da Rio+20. Clique para acessar