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Este histórico vídeo exibe importante debate acerca da tolerância/intolerância religiosa no Brasil atual. A pertinente discussão com professores, intelectuais e ativistas negros sobre diversidade religiosa traz importante contribuição para aprofundar as questões sobre direitos humanos no Brasil e no mundo. O vídeo foi gravado para ser exibido na TV Record, como direito de resposta das religiões afro-brasileiras contra ataque sofridos na programação da referida rede. A Rede Record está sendo processada por ativistas afrodescendentes pelo ataque constante às religiões de matizes africanas.
Sabemos que respeito à diversidade está na raiz de uma cultura da paz. A boa convivência religiosa, sem fundamentalismos e radicalismos de qualquer origem ou procedência só traz benefícios. Ademais, a Constituição Brasileira no seu artigo 5º, incisos de IV a VIII, diz: IV- É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VIII - Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
Fazendo uma retrospectiva histórica, lembramos que entre 1440 e 1450, os europeus chegaram à África e estabeleceram relações de trocas com o continente. Lá encontraram um sistema político complexo, reinos organizados, arte e cultura. A partir da colonização da América e dificuldades em subjulgar as populações aborígenes no nível por eles desejado, recorreram à escravização de povos africanos, transportando-os em condições subhumanos nos chamados navios negreiros. Tem início a Diáspora Africana na América, estendendo-se de Norte (EUA e Canadá) a Sul do continente. Para concretizar a dominação desses povos os europeus recorreram a todo tipo de estratégia: misturar as áreas de procedências dos jovens africanos que eram arregimentados de culturas, dialetos e línguas diferentes de modo a impedir a comunicação, organização e rebeliões. Humilhar, difamar, desmoralizar, desqualificar e demonizar suas crenças, suas danças, seus rituais e fenótipos compunham o menu dessa bem sucedida estratégia.
Ora, os negros chegaram à América há quase cinco séculos. Suas crenças e cultura sobreviveram a todo tipo de perseguição e restrições. Como aceitar que em pleno século XXI a humulhação ainda persista? Não devemos permitir a globalização de idéias absolutamente ultrapassadas. As noções de tempo e de espaço foram radicalmente modificadas com o encurtamento das distâncias e o acelerado processo de globalização. Querer impor um novo apartheid cultural soa provocação desnecessária. Os negros tiveram importante contribuição no processo civilizatório da América, notadamente no Brasil, onde desde o início superaram os demais grupos humanos: europeus e aborígenes. Cerca de cinco milhões de negros chegaram ao Brasil. A maioria veio do Senegal, Mali, Guiné, Costa do Marfim, Benin, Nigéria, Congo, Angola e Moçambique para o litoral nordestino, por conta do desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar. A imigração portuguesa foi insignificante. Portugal não tinha população suficiente para colonizar suas terras.A influência e a civilização negra no Brasil é fato indiscutível e consumado à luz da história. Vamos viver em paz ! Nós merecemos, pois todos têm o direito de ser feliz do seu jeito. A história das religiões é composta por um interminável relato de perseguições e sofrimentos. Para que ressuscitar essas bobagens agora?
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