sábado, 8 de novembro de 2014

Peça Teatral: O Curupira e Seus Amigos da Floresta Unidos pelo Meio Ambiente. Atividades




Adaptei  esta peça teatral  a partir da leitura do texto Curupira, disponível no site Smart Kids (crianças inteligentes), que enriqueci com outros textos. 

O ambiente escolar é o  mais propício para se debater as questões ambientais, pois ali estão sendo formados os cidadãos e os líderes do futuro.  

Poderá ser usada em qualquer nível de escolaridade - do infantil ao ensino médio, em qualquer época do ano, podendo ser inserida  na culminância de um projeto multidisciplinar.  

 O texto é curto e as falas pequenas. Como há muitos personagens, num total de treze, além do narrador, fica fácil para os alunos memorizarem, além de dar maior dinamismo  e entusiasmo na sua  apresentação, em dois atos.  Espero que gostem. Bom trabalho!

Um Pouco da  Lenda do Curupira

O Curupira  é uma lenda  amazônica, que  revela a relação dos índios brasileiros com a natureza, indicando que  não é uma relação de exploração, de uso indiscriminado dos  recursos naturais, , mas de respeito pela vida. Ele é  o protetor daqueles que sabem se relacionar com a natureza, utilizando-a apenas para a sua sobrevivência. 


Reza a lenda, que o homem que derruba árvores para construir sua casa e seus utensílios, ou ainda, para fazer o seu roçado e caçar apenas para alimentar-se, tem a proteção do Curupira. Mas aqueles que derrubam a mata sem necessidade, os que caçam indiscriminadamente, estes têm no Curupira um terrível inimigo e acabam caindo em suas armadilhas.

Curupira é  o guardião das florestas e dos animais. Possui traços de índios, cabelo de fogo e os pés virados para trás. Dizem que possui o dom de ficar invisível.    Para se vingar dos predadores  o Curupira se transforma em caça.

Lendas do folclore brasileiro
Pode ser um paca, onça ou qualquer outro bicho que atraia os caçadores para o meio da floresta, fazendo-o perder a noção de seu rumo e ficar dando voltas no mato, retornando sempre ao mesmo lugar.  

Outra forma de atingir os maus caçadores é fazendo com que sua arma não funcione ou fique incapaz de acertar qualquer tipo de alvo, principalmente a caça. 
Personagens (13): Índio, Curupira, Macaco, Onça, Passarinho, Borboleta, Abelha, Árvore, Raposa, Sapo, Arara Azul;a  Água, o  Sol) . O personagem principal é o Curupira

Cenário: uma floresta retratada num painel feito pelos alunos, com desenhos ou figuras que incluem todos treze personagens da peça. 

Músicas (trilha sonora)

Depende de Nós    Compositor: Ivan Lins 
Canta: Turma do Balão Mágico;   Planeta Azul  Chitãozinho & Xororó


Narrador (professor(a)): Abre a apresentação com o texto abaixo:  

Defender o meio ambiente é papel de cada um de nós, pois todos os seres vivos são importantes para o equilíbrio ambiental. Cada planta e animal cumpre seu papel na naturezaEsta peça quer que as crianças e os jovens se conscientizem disso. 

O Curupira será  o nosso Mestre Sala, pois ele é um defensor e protetor das florestas. Ele fica de ôlho nos caçadores, lenhadores e pessoas que destroem as matas.    

Para assustar os caçadores e lenhadores, o curupira emite sons e assovios agudos, escondido na mata. Outra tática usada é a criação de imagens ilusórias e assustadoras para espantar os  inimigos da mata. Preste muita atenção no que vai falar cada amiguinho do Curupira. Você  irá  entender o valor de cada ser vivo no equilíbrio da natureza. 
Ato I 
Após a fala do narrador, todos os personagens entram e  sentam-se  no chão, esperando a sua vez de falar. Primeiro, entram Menino fantasiado de Índio e o  Curupira. Índio  dirige-se  ao curupira:
- Olá! Quem é voce ?

Curupira:  (Menino fantasiado de Curupira – folhas verdes, peruca vermelha):
- Eu sou o Curupira, moro  aqui, na  Floresta Amazônica,  e sou  conhecido por defender a mata.   Sou baixinho, tenho cabelo cor de fogo  e os pés com os calcanhares pra frente e os dedos para traz, por isso, quando eu quero me esconder  ninguém me acha.
Macaco se levanta e entra na conversa:
- Puxa, que legal ! Eu também vivo na floresta, amigo, pulando de galho em galho nas árvores e comendo banana.  Como é a sua vida por aqui e  o que você  faz ? O que mais lhe dá prazer na floresta?
Onça (interrompe o macaco): 

- Ora, ora macaco ! Então você não sabe?  Uma das coisas que o Curupira  mais gosta  é ficar na sombra das árvores, comendo frutas. Não é fácil vê-lo,  pois ele se esconde bem, e se alguém tentar ele  sai  correndo e não deixa nem pegada, quer dizer, deixa pegada, mas quem é que entende um rastro de pés virados pra dentro? É difícil !  
Passarinho (olhando para o Curupira): 
- Eu lhe admiro muito, amigo Curupira, pois você é  o protetor das matas,  um  super herói por aqui.  Como você, eu também não gosto de caçadores, pois eles caçam os passarinhos e  destroem a floresta, que   é a minha casa e de um montão de bichos, como você, amigo Macaco (aponta para o macaco).
Borboleta (menina vestida de borboleta):
- Amigo macaco, eu também como muitas flores e frutas  na floresta.  Quanto ao Curupira, seu  prato predileto é salada de folhas de manga. Seu sonho é ver a Amazônia protegida de todo perigo, sempre linda e cheia de árvores grandes, rios limpos e muitos passarinhos, abelhas e borboletas. Eu adoro passarinhos!

Abelha (menina vestida de abelha): 



- Eu também gosto muito de flores e frutas, amiga borboleta. Vou contar para  vocês que a fruta  predileta do amigo Curupira é  a manga, que eu também adoro. Ainda bem que tem bastante  manga na mata que eu moro e  bem docinhas. Eu  posso trazer algumas para vocês, amiguinhos !

Árvore  (menino/a vestido/a de árvore - folhas):  

- Puxa ! É por isso que  tenho tanto orgulho de mim, pois sou eu quem dá sombra  e frutas para vocês, amigos ! Além da comida e sombra, dou madeira para a construção de casas, escolas, hospitais  etc. 


Sapo:
- Gente,  a árvore  tem um amigo muito especial aqui na floresta, o passarinho, que  é um animal muito importante para  ela, pois ele  carrega  e espalha as sementes que irão fazer nascer outras árvores,   plantas e frutas. Além disso, os passarinhos  comem  os bichos que estragam as folhas das plantas.
Passarinho: 

- Amiga Árvore, eu lhe devo a  minha vida, pois nas suas galhas   faço o meu ninho, pego a minha comida  e me escondo dos perigos  da floresta.

Árvore: 

- Amigo passarinho, pelas leis da natureza, cada ser vivo depende e ajuda o outro. Cada um de nós tem seu papel na preservação do meio ambiente. Eu faço a minha parte.

Arara Azul: 
- Gente, é por isso que o Curupira  cuida das árvores,   e quando vê alguém que possa ameaçar a natureza ele joga seu encanto e faz  a pessoa ficar perdida na floresta, por muito, muito tempo.

Índio (dirigindo-se ao sapo)
- Amigo sapo,  quero  lhe dizer que os  sapos  têm muita importância para o equilíbrio ambiental, pois se alimentam de insetos,  evitando que eles se multipliquem. Caso o número de sapos diminua, a quantidade de   moscas e mosquitos vai aumentar, causando doenças para as pessoas.  Os sapos também comem  gafanhotos, que se alimentam  de folhas de diversos tipos de árvores e destroem as plantações.

Sapo:
- Obrigado, amigo  Índio. Acrescento que as cobras, também conhecidas  como serpentes,  são importantes  para o homem do campo, pois se alimentam de  roedores, animais que  destroem a plantação. Mas, cuidado com elas (kkk - sorriso irônico) ! 

Todos juntos:
- respeitem e protejam os sapos !

Raposa (dirige-se a todo o grupo e diz): 
- Pessoal, o índio sabe o que diz, pois também é um grande defensor da mata.  Sigam seu  exemplo e  do Curupira:  cuidem bem da floresta ! Protejam as águas !  

FIM DO PRIMEIRO ATOEncerrar o primeiro ato com a música Depende de Nós, de  Ivan  Lins. Fecham-se as cortinas. 
Música Depende de Nós       Compositor: Ivan Lins  


Depende de nós
Quem já foi ou ainda é criança
Que acredita ou tem esperança
Quem faz tudo pra um mundo melhor

Depende de nós
Que o circo esteja armado
Que o palhaço esteja engraçado
Que o riso esteja no ar
Sem que a gente precise sonhar

Que os ventos cantem nos galhos
Que as folhas bebam orvalhos
Que o sol descortine mais as manhãs

Depende de nós
Se este mundo ainda tem jeito
Apesar do que o homem tem feito
Se a vida sobreviverá

Ato II  -  Todos retornam ao cenário 
Fantasia água 1 

Curupira dirigindo-se a todos: 
-Pessoal, está faltando alguém muito importante aqui: a água. Será que não teremos a água?  
Entra, solenemente,  a água (menina envolvida num lençol azul claro), ao som da música:  Planeta Água
Interrompe-se a música. Curupira dirige-se à água  diz:
-Amiga água, diga o que você pensa da  relação dos seres humanos   com a água. É verdade que  se as pessoas continuarem com  o desperdício você poderá  desaparecer da face da  Terra,  em pouco tempo?  
Água (olha para todos, pausadamente, com ar de censura, preocupação e reprovação): 
fantasia água 2
- Obrigada, amigo  Curupira. De fato, as pesoas lavam carro, a calçada, tomam banhos demorados, deixam as torneiras abertas ou pingando, vazamentos nos sanitários ,  pias e chuveiros, jogam lixo nas praias, nos mares,  rios, lagos, lagoas, córregos, nascentes... 
Tudo isso contribui para o meu desaparecimento em muitos lugares do mundo. Sem mim, todos os seres vivos morrerão: as plantas, os animais, a vida !  Cuidem de mim, amigos ! Eu represento a vida ! Obrigada.
(Todos ficam de pé e  aplaudem, inclusive a plateia).
Árvore:
Gente,  que discurso emocionante da água. Mas acho que está faltando  mais  alguém por aqui. Quem será?
Todos respondem juntos:
O sol
- O Sol  !
Entra o Sol e todos se levantam  e aplaudem.
Sol: 
- Obrigado,  amigos ! Eu  representa a vida ! Todos os  seres vivos dependem da luz do Sol para sobreviver.   O Sol é fonte de energia e  responsável pela cadeia alimentar.  Os vegetais  realizam  a fotossíntese - que transforma a energia luminosa do Sol em glicose, ou seja, açúcar,  fonte de energia para as plantas  e outros seres vivos, incluindo o homem.  
Água (olhando para todos):

- Gente,  é verdade ! Eu também dependo do Sol. Sua energia  é  responsável pelo  ciclo das águas, que traz  a chuva, sem a qual não teremos  o precioso líquido  na natureza.

Índio (olha para todos):
o sol 
- O Sol tem papel fundamental na nossa saúde.  A  luz do sol no corpo humano absorve a vitamina D, responsável por fixar o cálcio nos nossos ossos.  

Onça:
-  Para termos ossos e dentes fortes,  necessitamos da vitamina D,  que o Sol nos dá de graça  ! 

Macaco:
- Sem a vitamina D poderemos ter artrite e o raquitismo, uma doença que impede a calcificação normal dos ossos, impedindo de crescermos fortes e saudáveis.

Raposa:
- A luz  do sol  varia  de intensidade dependendo da  estação do ano.  No outono e no inverno, os dias são mais curtos e temos a luz solar por menos tempo.

Borboleta:  
- Na primavera e no verão, os dias são mais longos e temos a luz do Sol por mais tempo.

Abelha:
- Sem a presença do Sol o Planeta Terra irá  congelar  e tooodos  morreremos !

Todos juntos
- Sigam o exemplo do Curupira:  cuidem bem da floresta !
- Protejam as águas !
- Todos Unidos pelo Meio Ambiente !
              Aplausos! 
Todos, incluindo a plateia,  cantam: 

Música Planeta Azul       Chitãozinho & Xororó


A vida e a natureza sempre à mercê da poluição
Se invertem as estações do ano
Faz calor no inverno e frio no verão
Os peixes morrendo nos rios
Estão se extinguindo espécies animais
E tudo que se planta, colhe
O tempo retribui o mal que a gente faz

Onde a chuva caía quase todo dia
Já não chove nada
O sol abrasador rachando o leito dos rios secos
Sem um pingo d'água
Quanto ao futuro inseguro
Será assim de Norte a Sul
A Terra nua semelhante à Lua

O que será desse planeta azul?
O que será desse planeta azul?


O rio que desse as encostas já quase sem vida
Parece que chora um triste lamento das águas
Ao ver devastada , a fauna e a flora
É tempo de pensar no verde
Regar a semente que ainda não nasceu
Deixar em paz a Amazônia, preservar a vida
Estar de bem com Deus

Onde a chuva caía quase todo dia
Já não chove nada
O sol abrasador rachando o leito dos rios secos
Sem um pingo d'água.
Quanto ao futuro inseguro
Será assim de Norte a Sul
A Terra nua semelhante à Lua
FIM ! 
Autora: Professora Claudia Martins. Salvador/Bahia, 8 de Novembro de 2014 


Atividades 


1. Você gostou da peça? Qual o título? Quem é a autora? 
2. Você costuma tomar sol regularmente? Já conhecia os benefícios da vitamina D ?  Qual a importância do sol para a nossa saúde? Releia o texto, pesquise, depois escreva uma frase sobre a vitamina D. 
3. Como é a sua relação com o meio ambiente ? Você maltrata os pássaros, os sapos, os animais ? Desperdiça água, joga o lixo no chão... ?  Escreva um texto sobre o tema, mas  não esqueça de ilustrar. 

Referências (sites pesquisados) 

Site Smart Kids (crianças inteligentes) 
http://www.smartkids.com.br/especiais/folclore-curupira.html

domingo, 19 de outubro de 2014

Mulheres Símbolos da Resistência Contra a Escravidão Negra: Rainha Ginga ou Nzinga Mbandi Ngola em Angola, Teresa de Benguela no Mato Grosso, Luíza Mahim na Bahia, Dandara em Alagoas

Os negros trazidos para o Brasil  não aceitavam passivamente a escravidão e  as condições impostas pelo cativeiro, a exemplo da desgastante rotina de trabalho nos engenhos de cana-de-açúcar. Os escravos articulavam meios de resistir e se colocavam contra seu opressor imediato -  os Senhores de Engenho, numa batalha que durou mais de quatro séculos.   Sempre que podiam, reagiam com revoltas, não executavam bem os trabalhos, faziam boicotes, cometiam atos de vingança, fugiam.  Por isso, os grandes proprietários tinham  seus caçadores de negros, chamados capitães-do-mato. Homens e mulheres se destacaram tanto no Brasil como na África. Conheça algumas  dessas mulheres, através das quais rendemos nossas homenagens a todos os afrodescendentes da Diáspora Africana  na América e no mundo: 

A Rainha Ginga

Seu nome original era Nzinga Mbandi Ngola, mas ficou conhecida  como Rainha Ginga. Os portugueses chamavam-na de D. Ana de Souza. Pertencia ao grupo étnico Mbundu e filha dos reis mbundus no território Ndongo.  Era a soberana do povo do reino de Matamba e Ndongono, que se estabeleceu no sudoeste da África no século XVII.

Viveu no período do tráfico negreiro  e lutou contra os portugueses, reunindo vários povos para  resistir contra a escravização dos povos dessas tribos na África.  Seu título real na língua quimbundo Ngola foi usado pelos portugueses para denominar a região que passou a ser chamada Angola.

África atual: colares africanos
A Rainha Ginga conseguiu fazer tratados com os portugueses para que seu povo não fosse escravizado e transportado para a América. Para tanto, aceitou converter-se ao catolicismo, recebendo o nome de Dona Ana de Sousa. Guerreou e ganhou respeito por liderar pessoalmente suas tropas onde preferia ser chamada de Rei, ao invés de Rainha.

Africana com seu bebê
Formou aliança com os reinos do Congo, Kassanje, Dembos e Kissama. Como soberana rompeu seu tratado com Portugal e abandonou a religião católica, vindo a praticar  uma série de violências contra portugueses  e populações ligadas a  Portugal na região.  Na  guerra contra o governador de Angola, Fernão de Sousa,  muitas pessoas sobre o comando de Nzinga morreram,  e duas de suas  irmãs foram capturadas,  levadas para Luanda e batizadas com nomes católicos.
Viveu em paz por duas décadas, mas  foi traída pelo povo Jaga. “Jagas” foi o nome que os Portugueses deram, no final do Sec. XVI e durante o sec. XVII, a grupos de nativos africanos, predominantemente nômadas, que se caracterizavam por não trabalhar, dedicando-se à rapina e à violência sobre as populações.
Cultura angolana hoje 

A rainha Ginga fez aliança com os holandeses,  que invadiram Luanda, a capital de Angola. Após várias batalhas, em 1659, Dona Ana assinou um tratado de paz com Portugal.  Ajudou a reinserir antigos escravos e formou uma economia que não dependia do tráfico de escravos, ao contrário de outras no continente africanoFoi contemporânea de Zumbi dos Palmares (1655-1695), heroi da resistência negra no Brasil Colônia. Nzinga morreu aos oitenta anos de idade, admirada e respeitada por Portugal. 
Após sua morte, sete mil soldados de seu reino foram trazidos para o Brasil e vendidos como escravos. O nome da Rainha Ginga é citado em vários folguedos da Festa de Reis dos negros do Rosário. Nesta manifestação que acontece geralmente no Rio Grande do Norte, reis do congo católicos lutam contra reis que não aceitam o cristianismo.
                                              TERESA DE BENGUELA

Teresa de Benguela foi uma líder do quilombo de Quariterê  ou Quilombo do Piolhoem Guaporé, próximo a Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso, Região Centro-Oeste do Brasil, perto da fronteira com a atual Bolívia,  o qual sobreviveu até 1770  (século XVIII).  Era mulher de José Piolho, que chefiava o Quilombo. 
Quando seu marido morreu, Teresa de Benguela assumiu o comando. Revela-se uma líder ainda mais implacável e obstinada.  Valente e guerreira ela comandou uma comunidade de três mil pessoas. Uniu negros, brancos e indígenas para defender o território  onde viviam. Liderou o desenvolvimento do quilombo, implantando  o uso do ferro na agricultura.  Sob  seu comando o quilombo cresceu tanto que agregou índios bolivianos e brasileiros.
Mulher de tribo africana (2014).
A rainha Teresa de Benguela chegou a ser comparada a Zumbi dos Palmares, um dos símbolos da resistência negra no Brasil. É considerada uma heroína por ter combatido a escravidão e a opressão.   Foi presa e  suicidou-se. 

Em 1994, sua história virou  samba enredo da Unidos do Viradouro,  por obra do carnavalesco Joãozinho Trinta, sob o título:   "Teresa de Benguela - Uma Rainha Negra no Pantanal".   O dia 25 de julho,  que comemorado o Dia da Mulher Negra, é também considerado o Dia de Teresa de Benguela.
Dandara




DANDARA

Dandara, a guerreira do quilombo de Palmares, na Serra da Barriga em Alagoas,  estado da Regiáo Nordeste do Brasil, mulher negra, viveu no século XVII,  período do Brasil
Colônia Dandara  significa  “a mais bela”.
Foi uma das lideranças femininas na luta contra o sistema escravocrata no século XVIIEra mulher de Zumbi e mãe de seus três filhos:  Motumbo,  Harmódio e Aristogíton
Ajudou seu marido nas  táticas e estratégias de guerra. 
Suicidou-se depois de presa, em 6 de fevereiro de 1694, para não retornar à condição de escrava. Não existem dados sobre sua vida e quase todos os relatos são lendas.
                                   O QUE  ERAM OS QUILOMBOS ?

Os quilombos eram  espaços de resistência, habitados por  milhares de  negros, indígenas e brancos pobres.  Estes habitantes eram denominados de quilombolas ou mocambeiros, surgidos no período colonial e pós-colonial no Brasil. 
Nos quilombos os negros viviam livres, cultivavam diversos produtos, como mandioca, milho, feijão, batata,  criavam galinhas,  porcos, fabricavam panelas, esteiras, redes e faziam comércio com as povoações vizinhas. 

Destacou-se o  Quilombo de Palmares localizado na Serra da Barriga, entre os  estados de Alagoas e Pernambuco, na região nordeste do Brasil. Tornou-se o maior centro de resistência negra no período colonial.  



É o quilombo  mais conhecido, sendo considerado um “estado africano no Brasil”, devido a sua  grande área territorial,  tendo  alcançado, no seu auge, cerca de 50 mil pessoas, contando-se todos os mocambos ali situados. 
A nação erguida por africanos de diferentes etnias, que viviam como escravos no Brasil,  foi batizada por eles de Angola Janga, que significa "pequena Angola".


Seu líder mais conhecido é  Zumbi dos Palmares, que morreu  no dia 20 de novembro de 1695 (final do século XVII). Por isso, o dia da Consciência Negra é comemorado nessa data, com a finalidade de homenagear a todos os  negros que lutaram bravamente  contra a escravidão no Brasil.
                                                        
                                                          LUÍSA MAHIN

Luísa Maheu ou Luísa Mahin pertencia à tribo Mahi, povo habitante dos atuais  Benin,  Togo, Gana e regiões vizinhas, praticantes da religião islâmica ou muçulmana.  

No Brasil ficaram conhecidos como malês, que no Iorubá significa islâmico, termo que designava os  negros muçulmanos que sabiam ler e escrever em língua árabe,  e muitas vezes mais instruídos que seus senhores. 


Luíza Mahin afirmava ter sido princesa na África. Sua mãe trabalhava no comércio de Salvador como quitandeira, onde era muito conhecida. Conforme texto autobiográfico do seu filho Luís Gama, Luíza foi detida em várias ocasiões, por se envolver em planos de revoltas de escravos. 

Ela esteve envolvida na articulação de revoltas e levantes de escravos, que sacudiram a então Província da Bahia nas primeiras décadas do século XIX, como a Revolta dos Malês (1835, século XIX) e a Sabinada (1837), quando foi deportada para o Rio de Janeiro, onde desapareceu.



O QUE FOI A REVOLTA DOS MALÊS? 


A  Revolta dos Malês foi um movimento que ocorreu em Salvador, capital da Bahia, Região Nordeste do Brasil, entre os dias 25 e 27 de janeiro de 1835, quando cerca de 1500 negros malês, saíram do bairro da Vitória em Salvador, indo até Água de Meninos, na Cidade Baixa, liderados por Manuel Calafate, Aprígio, Pai Inácio e outros. 

Eles pretendiam acabar com:  
a) a escravidão; b) o confisco dos bens dos brancos e mulatos pelo governo português;   c) a obrigatoriedade de praticar a religião católica; 
d) implantar uma República Islâmica na Bahia. 
Referências (sites pesquisados)
 Instituto Bambarê. Disponível em: 

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Homenagem a Todas as Crianças: a menina Malala Yousafzai é a vencedora do Prêmio Nobel da Paz 2014, junto com Kailash Satyarthi, que combate o trabalho infantil

"Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo."

"A educação é a única solução. A educação em primeiro lugar".


"Vamos pegar nossos livros e canetas, eles são as nossas armas mais poderosas".   
"Nossos livros e nossos lápis são as nossas melhores armas".

"Para mim, o melhor modo de lutar contra o terrorismo e o extremismo é fazer uma coisa simples: educar a próxima geração". 
"Acredito que alcançarei este objetivo porque Alá está comigo, Deus está comigo e salvou a minha vida".
"Vou ser política no futuro. Quero mudar o futuro do meu país e quero que a educação seja obrigatória".
"Eu espero que chegue o dia em que o povo do Paquistão seja livre, tenha seus direitos, paz e que todas as meninas e crianças vão à escola".Malala Yousafzai.
 Malala e Kailash Satyarthi Vencem o Nobel da Paz 2014
O Prêmio Nobel da Paz de 2014 foi anunciado nesta sexta-feira, 10 de Outubro, pelo Comitê Nobel, contemplando dois militantes dos direitos das crianças: a menina paquistanesa Malala Yousafzai, de 17 anos, e o indiano Kailash Satyarthi, de 60 anos, no valor de  $1,1 milhão de dólares

Ao anunciar os vencedores, o Presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Thorbjoern Jagland, disse que Malala e Satyarthi foram recompensados pela luta contra a opressão de jovens e crianças e pelo direito à educação. “As crianças devem ir à escola e não serem exploradas no trabalho”,  disse. 
Quem é Malala Yousafzai
A paquistanesa tornou-se conhecida após ser perseguida pelo grupo Talibã paquistanês, por defender o direito das mulheres à educação e a valorização da mulher.  

O Talibã tomou o controle do vale do Swat, onde ela vivia com sua família, no norte do Paquistão, pais situado no continente asiático. Entre as primeiras providências que tomaram foi a destruição de escolas que admitiam mulheres. O pai de Malala era dono de uma dessas escolas. 
A menina  que foi criada  em meio aos livros recusou-se a permanecer em silêncio e levantou a voz, lutando pelo seu direito à educação.  Mas em 9 de outubro de 2012, foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus, quando  voltava da escola.  

Foi levada para se tratar na Inglaterra, e a recuperação milagrosa  a levou do Paquistão para as salas das Nações Unidas, em Nova York. Na Inglaterra criou um blog publicado pela BBC, onde defendia suas ideias.  Os posts para a BBC duraram apenas alguns meses, mas deram notoriedade à menina. 
Malala admitiu que a Inglaterra causou em sua família uma grande impressão, "especialmente em minha mãe, porque nunca havíamos visto mulheres tão livres, que vão a qualquer mercado sozinhas e sem homens, sem os irmãos ou os pais".
Ela deu entrevistas a diversos canais de TV e jornais, participou de um documentário e foi indicada ao Prêmio Internacional da Paz da Infância em 2011. Na época, ela não ganhou – mas foi laureada com o mesmo prêmio em 2013. Aos dezesseis anos,  tornou-se  um símbolo global de protesto pacífico,  e a pessoa mais jovem a receber o Nobel nos 114 anos de história da premiação. 
Malala, que era uma das favoritas para ganhar o prêmio no ano passado, foi “à escola, como de costume”,  nesta sexta-feira em Birmingham, na Inglaterra, onde mora e estuda. A jovem já ganhou o Prêmio Internacional da Anistia, Prêmio da Paz Internacional da Criança e o Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu. 

A ONU proclamou o dia 12 de Julho, data do aniversário da menina, como o Dia de Malala.  O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, parabenizou Malala e afirmou que ela é “orgulho do país”.

Assista ao vídeo, com legenda em português, com o discurso de Malala na ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, Estados Unidos.


Vídeo: Menina Baleada Pelo Talibã Pede Educação para Todos Durante Discurso na ONU  http://www.youtube.com/watch?v=5AQ4ntuUjFk


Quem é Kailash Satyarthy 


O outro vencedor do Nobel da Paz 2014, o ativista indiano Kailash Satyarthy,  abandonou a engenharia há 25 anos, e começou sua luta contra a exploração do trabalho infantil. 

Reconhecido por sua luta  pelos direitos das crianças, ele já libertou mais de 80 mil menores de diversas formas de servidão e os ajudou no processo de reabilitação através de sua organização - Bachpan Bachao Andolan. Após receber o prêmio, o indiano afirmou que é um reconhecimento de seu trabalho e que sua causa agora ganha mais força.
Kailash Satyarthy, com crianças indianas
— Agradeço ao Comitê do Nobel por este reconhecimento do sofrimento de milhões de crianças, disse Satyarthi, acrescentando que estava “encantado” com a notícia. 
"Algo que nasceu e cresceu  na Índia, agora é um movimento mundial contra o trabalho infantil. Sinto que as pessoas vão prestar mais atenção à causa das crianças no mundo", disse Kailash Satyarthy    

O Que é o Prêmio  Nobel da Paz

O Nobel da Paz é um dos cinco Prémios Nobel, criado pelo inventor da dinamite, o  sueco Alfred Nobel. A sua primeira entrega foi em 1901. 

Os prêmios de Física, Química, Fisiologia ou Medicina e Literatura são entregues anualmente em Estocolmo, capital da Suécia, país situada no continente europeu, sendo o Nobel da Paz atribuído em Oslo, capital da Noruega e vizinho da Suécia. É o único  que é entregue fora de Estocolmo,  por decisão do criador dos prêmios, o magnata sueco Alfred Nobel.

De acordo com a vontade de Alfred Nobel, o prêmio deveria distinguir "a pessoa que tivesse feito a maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz".

Trabalho infantil
Ao contrário dos outros prêmios Nobel, o Nobel da Paz pode ser atribuído a pessoas ou organizações que estejam envolvidas num processo de resolução de problemas, pela paz e fraternidade.
O Comité Nobel norueguês, cujos membros são nomeados pelo Parlamento norueguês, tem a função de escolher o ganhador do prêmio, que é entregue pelo seu presidente, atualmente o ex-primeiro-ministro, ex-ministro dos negócios estrangeiros, ex-presidente do Stortinget (parlamento) e atual Secretário-Geral do Conselho da Europa,  Sr. Thorbjørn Jagland. 

Saiba mais sobre o Direito das Crianças. Clique: 

"Os Direitos das Crianças Segundo Ruth Rocha". Música Deveres e Direitos. Poema Musical é Bom Ser Criança, de Toquinho. Atividades

  http://serravallenaafricadosul.blogspot.com.br/2014/10/os-direitos-das-criancas-segundo-ruth.html

MAPA POLÍTICO DO CONTINENTE ASIÁTICO

Localize a Índia e o Paquistão, países dos ganhadores do Premio Nobel da Paz 2014



FONTE: http://www.zonu.com/fullsize/2009-11-18-11171/Mapa-Politico-de-Asia.html
Vamos praticar? Localize o Paquistão (Pakistan) e a Índia no mapa. Os dois são vizinhos e estão na cor verde. 
Referências
Editora Companhia das Letras. 
Blog da Companhia das Letras
O Globo

Nobel da Paz

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