Mulher africana com seu bebê albino |
Este post foi inspirado
em uma publicação do Site Revista da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (FAPESP), uma das mais importantes agências de fomento do
país, sendo a única publicação jornalística especializada no segmento
de ciência e tecnologia, tendo como foco primordial a produção científica
brasileira.
Decidi postar aqui, para ser trabalhado num Projeto Multidisciplinar com os alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, na escola onde trabalho.
Sob o título: ora pois, uma língua bem brasileira, o artigo
aguçou a minha curiosidade e passei a me interessar pelo tema com foco na constatação
de que temos marcas próprias de um idioma: o
Português do Brasil, que sofreu influências dos povos nativos (os
indígenas), dos europeus e dos africanos. Traduzindo: temos identidade
linguística.
A Torre de Belém, às margens do Rio Tejo,
que corta a cidade de Lisboa, capital
de Portugal. Foi construída na época
dos Grande Descobrimentos, com o
objetivo de proteger a cidade de invasores.
|
Atente-se que para explicar a participação de línguas africanas na construção do Português do Brasil, há que se ressaltar a atuação de personagens falantes procedentes do tráfico transatlântico, um número extraordinário de indivíduos que ultrapassava os índios e os portugueses.
Os primeiros escravos
negros chegaram ao Brasil com a expedição de Martim Afonso de Souza em 1530
(século XVI), vindos da Guiné. A partir da década de 1550 (1a. metade
do século XVI), o comércio negreiro intensificou-se, sendo oficializado em
1568 pelo governador-geral Salvador Correa de Sá, prosseguindo até o final do século
XIX, ainda que clandestinamente, desaparecendo por completo após a assinatura da
Lei Áurea, em 13 de Maio de 1888 (final do século XIX).
Considere-se
que do século XVI ao século XIX, o tráfico transatlântico trouxe para o Brasil
entre 4 a 5 milhões de falantes africanos procedentes das regiões oeste (SUDANESES)
e centro-sul (BANTUS ou bantos) da África, abrangendo territórios
que vão do Senegal à Nigéria. O estudo das
línguas africanas ainda está em curso, não conclusos, sofre com a falta de registros históricos, e com o peso da oralidade, mas a influência no
Português do Brasil não deixa dúvidas.
Numa
entrevista para o Site Vermelho (PCdoB), a Professora Yeda Castro responde à
pergunta: Todo brasileiro é culturalmente negro, como disse Gilberto Freyre?
Yeda Pessoa de Castro - Não podemos generalizar. A cultura brasileira é em
parte negra, mas depende do grau de presença africana pelas várias regiões. Mas
a língua portuguesa que falamos, sim: esta é culturalmente negra. Ela é
resultado de três grandes famílias linguísticas: a família indo-europeia, com a
participação dos falantes portugueses, a família tupi, com a participação dos
falantes indígenas, e a família níger-congo, com a participação dos falantes da
região Subsaariana da África.
Leia
a entrevista na íntegra: http://www.vermelho.org.br/noticia/265993-11
Estive várias vezes em
Portugal, porta de entrada da Europa, onde pude constatar que a
expressão Português do Brasil faz sentido, uma vez que nós
brasileiros sempre passamos por vexames na terra lusa, com o nosso falar
peculiar.
Luanda,
a capital da Angola, país da África Ocidental
|
As diferenças entre
o português do Brasil e o português de Portugal não são meramente
pontuais, mas devido à grande popularidade de nossas telenovelas e da
nossa música no país, os portugueses conseguem nos entender melhor do que nós a
eles porque conhecem um pouco do nosso linguajar.
Há diferenças do
vocabulário, como por exemplo: canalha, que em Portugal é criança,
comboio, que no Brasil é trem, e por aí vai. Os falsos cognatos –palavras
semelhantes em dois idiomas (neste caso, o mesmo idioma), mas com significados
diferentes. O uso exagerado do
Gerúndio no Brasil, contrapondo-se ao uso do verbo no infinito em Portugal, na
construção de frases. Exemplo: Estou comendo comida baiana – Gerúndio.
Estou a comer comida baiana – Infinitivo. A forma de tratamento mais
comum em Portugal é na 2ª pessoa, ou seja, o
“tu”, que a maioria dos brasileiros não utiliza, com
exceção das Regiões Norte e Nordeste.
Leia a seguir um
pequeno trecho do excelente artigo da Revista FAPESP, depois na íntegra,
seguido de outras contribuições que adaptei para este
post. Assista aos vídeos.
ORA POIS, UMA LÍNGUA BEM BRASILEIRA
Segundo
a Revista FAPESP, análise de textos antigos e de entrevistas expõe as
marcas próprias do idioma no país, o alcance do “R" caipira e os lugares
que preservam modos antigos de falar. Análise desses documentos e entrevistas de
campo ao longo dos últimos 30 anos está mostrando que o português brasileiro já pode ser considerado único, diferente do português europeu, do mesmo modo que o inglês americano é distinto do inglês britânico.
campo ao longo dos últimos 30 anos está mostrando que o português brasileiro já pode ser considerado único, diferente do português europeu, do mesmo modo que o inglês americano é distinto do inglês britânico.
O
português brasileiro ainda não é, porém, uma língua autônoma: talvez seja – na
previsão de especialistas, em cerca de 200 anos – quando acumular
peculiaridades que nos impeçam de entender inteiramente o que um nativo de
Portugal diz, continua o artigo.
A
expansão do Português no Brasil, as variações regionais com suas possíveis
explicações, que fazem o urubu de São Paulo ser chamado de corvo no Sul do
país, e as raízes das inovações da linguagem estão emergindo por meio do
trabalho de cerca de 200 linguistas. De acordo com estudos da Universidade
de São Paulo (USP), uma inovação do português brasileiro, por enquanto sem
equivalente em Portugal, é o “R” caipira, às vezes tão intenso que
parece valer por dois ou três, como em porrrta ou carrrne.
Leia
o artigo na íntegra:
http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/04/08/ora-pois-uma-lingua-bem-brasileira/
http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/04/08/ora-pois-uma-lingua-bem-brasileira/
Assista
ao vídeo - As Marcas do Português, no mesmo endereço acima.
O
Vídeo de Nelson Barros. A Origem da língua portuguesa Disponível
em:
https://www.youtube.com/watch?v=EtBief6RK_I Acessos: 22/09/17
https://www.youtube.com/watch?v=EtBief6RK_I Acessos: 22/09/17
Mapa Político da África Atual (clique sobre as imagens para ampliar)
Contexto Histórico da Vinda dos Africanos para o Brasil
A vinda de
africanos para o Brasil está ligada à economia canavieira, que
exigia mão-de-obra abundante. Para lucrar o
máximo e compensar a própria escassez populacional, a Coroa
Portuguesa recorreu ao trabalho escravo. No primeiro
momento, a saída foi a escravização dos indígenas, que não deu certo e
teve curta duração.
A partir de 1550 (primeira metade do século XVI), a mão-de-obra indígena
foi substituída pelo negro africano. A opção
está relacionada à experiência bem-sucedida de utilização do trabalho
africano na produção de açúcar em domínios portugueses nas Ilhas de São
Tomé e da Madeira, na costa oeste da África, também dominadas no século
XVI.
Considere-se que, “dado o enorme impacto econômico, social, político e cultural que o escravismo colonial trouxe para o Brasil, o peso da escravidão na Metrópole costuma ser negligenciado. Entre meados do século XV e o início do século XVI, ingressaram em Portugal de 140 mil a 150 mil escravos africanos.
Considere-se que, “dado o enorme impacto econômico, social, político e cultural que o escravismo colonial trouxe para o Brasil, o peso da escravidão na Metrópole costuma ser negligenciado. Entre meados do século XV e o início do século XVI, ingressaram em Portugal de 140 mil a 150 mil escravos africanos.
Funchal, capital da Ilha da Madeira |
Para avaliar o peso numérico desse contingente, basta levar em conta que, no
início da década de 1530, a população total de Portugal era composta por cerca
de 1,2 a 1,4 milhão de pessoas”, assinala José Tadeu Arantes (in
Portugal porta adentro: Lisboa no século 16. Agência FAPESP, 01/08/16).
Portugal
chega à costa da África, nas ilhas de São Tomé e Príncipe, que estiveram desabitadas até 1470 (século XV), quando os navegadores portugueses João de Santarém e Pedro Escobar as
descobriram. São Tomé e Príncipe, oficialmente República Democrática
de São Tomé e Príncipe, é um Estado insular (ilha) localizado no Golfo da
Guiné, composto por duas ilhas principais: a Ilha de São Tomé, a Ilha
do Príncipe e várias ilhotas, num total de 1001 km², com cerca de 192
mil habitantes, próxima da costa do Gabão, Guiné Equatorial, Camarões e Nigéria.
Colônia de Portugal desde
1470 até a sua independência em 12 de julho de 1975 (século XX), atualmente é um dos membros
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Com
o apoio de alguns chefes tribais, Portugal deu início à captura de homens e
mulheres nessas áreas, submetendo-os ao trabalho escravo em seus territórios.
O Povo Bantu foi o primeiro a fazer a viagem do tráfico transatlântico, e
apesar das precárias condições da escravidão, os povos traficados jamais
relegaram ou deixaram para trás a herança cultural dos seus ancestrais.
O intenso tráfico de escravos do século XVI ao XIX fez proliferar traços
da Cultura Subsaariana por extensas regiões da América, destacando-se o Brasil.
Chegaram também em Ilhas do atual Caribe, como Trinidad e Tobago, Cuba,
Haiti e áreas dos Estado Unidos da América (EUA).
O Português como segunda língua dos escravos
Os escravos africanos utilizavam o português como segunda
língua. Significa que antigos hábitos linguísticos de suas origens dialogavam
com o novo falar na Colônia, promovendo trocas, adaptações e influências
no português aqui falado. Muitas palavras existentes em nosso
dicionário são usadas em comum sentido, tanto aqui como em Angola, um
exemplo que marca a forte ligação linguística entre os dois países.
As duas "línguas gerais" dos negros no Brasil
A partir da chegada dos povos africanos ao Brasil, foram
constituídas duas “línguas gerais” dos negros, que têm em comum a falta de
flexão. São elas:
a) nagô ou Iorubá, língua do grupo sudanes, falada na Bahia. Iorubá é o nome
de uma das maiores etnias do continente africano em termos populacionais, sendo
aplicado a diversas populações ligadas entre si por uma língua comum de mesmo
nome, além de uma mesma história e cultura. O yoruba é um dos mais de 250
idiomas falados na Nigéria e em alguns outros países da África Ocidental, sendo
a única falada no sudoeste da Nigéria e no antigo Reino de Queto (Ketu).
No Benin atual é chamada de Nagô, nome dado aos Iorubás no Brasil.
Os grupos étnicos que vivem próximos aos iorubás são os FON,
IBO, IGALA e IDOMA. As línguas que se mostraram mais
significativas no Brasil foram as do grupo EWE-FON, principalmente
a IORUBÁ. É muito ligada à cultura e rituais do
candomblé, religião afro-brasileira. Era falada pelos escravos da Bahia, e
90% das palavras provenientes dessa língua são usadas para designar
regionalismos, como entidades sobrenaturais, mitos, amuletos, práticas
religiosas, pratos, quitutes, comes-e-bebes.
Vale ressaltar que no final do século XVIII, chegaram à cidade
de Salvador, capital do Estado da Bahia, na Região Nordeste do Brasil, escravos
procedentes da atual Nigéria, em consequência das guerras
Inter-étnicas que lá ocorriam. O número de nagô-iorubá era
tão significativo que o termo nagô na Bahia passou a ser usado
indiscriminadamente para designar qualquer indivíduo ou língua de origem
africana no Brasil, assinala Yeda Castro, citando o médico baiano Nina
Rodrigues, que escreveu sobre a temática.
A
maior parte do povo iorubá vive no sudoeste da Nigéria, onde
representa um dos maiores grupos étnicos, sendo o iorubá uma das três
línguas mais faladas naquele país africano, hoje com mais de 20 milhões de
habitantes. Importantes comunidades iorubás vivem também no Benim,
Gana, Togo e Costa do Marfim.
b). Quimbundo, língua do grupo BANTU - falada nas demais regiões brasileiras, Banto ou Bantu é um termo utilizado para se referir a um tronco linguístico, o qual deu origem a diversas outras línguas semelhantes faladas no Centro e no Sul do continente africano. O termo acabou sendo aproveitado para se referir ao conjunto de 300 a 600 grupos étnicos diferentes que povoam a mesma área. A região bantu compreende um grupo de cerca de 600 línguas muito semelhantes, faladas na África Sub-equatorial ou Subsaariana. Entre elas estão duas línguas angolanas com maior número de falantes no Brasil: QUIMBUNDO e QUICONGO, esta também falada no Congo. Segunda Yeda Castro, essas duas línguas antes eram uma só. Elas são muito próximas (semelhantes), a exemplo do português e do espanhol.
b). Quimbundo, língua do grupo BANTU - falada nas demais regiões brasileiras, Banto ou Bantu é um termo utilizado para se referir a um tronco linguístico, o qual deu origem a diversas outras línguas semelhantes faladas no Centro e no Sul do continente africano. O termo acabou sendo aproveitado para se referir ao conjunto de 300 a 600 grupos étnicos diferentes que povoam a mesma área. A região bantu compreende um grupo de cerca de 600 línguas muito semelhantes, faladas na África Sub-equatorial ou Subsaariana. Entre elas estão duas línguas angolanas com maior número de falantes no Brasil: QUIMBUNDO e QUICONGO, esta também falada no Congo. Segunda Yeda Castro, essas duas línguas antes eram uma só. Elas são muito próximas (semelhantes), a exemplo do português e do espanhol.
O
QUIMBUNDO ou KIMBUNDU é o nome de uma língua do grupo
bantu, também conhecida por AMBUNDO, nome do povo que
fala essa língua em Angola, onde é uma das três línguas oficiais. É
falada no noroeste do país por cerca de três milhões de pessoas
como primeira ou segunda língua, incluindo a Província de
Luanda. O português tem
muitos empréstimos léxicos dessa língua obtidos durante
a colonização portuguesa em Angola e através dos escravos de
lá trazidos para o Brasil.
As línguas bantu têm presença marcante na África, com cerca de 310 milhões de falantes africanos, a maioria em países da África Subsaariana. A história da sua expansão chamou a atenção de um grupo internacional de cientistas, sendo três portuguesas, que pesquisam o caminho percorrido pelas línguas bantas ao longo dos últimos quatro mil anos. O “roteiro” foi publicado na Revista Science, tendo Angola como cenário decisivo nesse novo mapa.
O IMPÉRIO OYO. COSMOLOGIA AFRICANA
A história
dos iorubás é marcada pelo surgimento do Império OYO no final
do século XV, que se ergueu com o auxílio dos portugueses interessados no comércio
local e na compra de escravos. Lagos, a mais importante e
populosa cidade da Nigéria, localizada em terras iorubás, leva o nome do
entreposto que foi construído pelos portugueses no período do tráfico negreiro,
e homenageia a cidade do mesmo nome no sul de Portugal.
Mulheres Iorubá dançando em homenagem
ao Orixá Xangô, na Nigéria |
Numerosos reinos de diversos
tamanhos organizavam-se em torno de um único rei,
o OBÁ, que é também o líder religioso, bem como um Conselho de Chefes.
As cidades eram muito povoadas. No século XVII, a cidade de OYO deu origem ao maior dos REINOS
As cidades eram muito povoadas. No século XVII, a cidade de OYO deu origem ao maior dos REINOS
IORUBAS.
ILE-IFE tornou-se uma cidade de forte significado religioso, pois, segundo a MITOLOGIA IORUBA,
foi o centro da criação do mundo.
ILE-IFE tornou-se uma cidade de forte significado religioso, pois, segundo a MITOLOGIA IORUBA,
foi o centro da criação do mundo.
Os iorubas
são tradicionalmente os mais hábeis artesãos da África, trabalhando como
ferreiros, tecelões ou no artesanato de couro, vidro, marfim e madeira. As
mulheres fiam o algodão, fazem cestaria e tingimento de tecidos. A maior
parte do povo ioruba vive do cultivo da terra. As mulheres trabalham pouco nas
lavouras, mas são elas que controlam o complexo sistema de vendas dos
produtos.
Mapa da África Bantu
Línguas do Oeste da África: Nigéria, Angola, Benin (Benue) e República do Congo. Imagem. Por Niger-Congo.svg
Veja
como se processaram essas trocas linguísticas, segundo Yoshino
(Site Entretextos):
1-
Palavras africanas que foram incorporadas pela língua portuguesa, conservando
forma e significados originais: Sambar, xingar, mangar, muamba, tanga,
sunga, candomblé, umbanda, berimbau, maracutaia,
lenga-lenga, forró, capanga, banguela, cachaça, cachimbo, gogó, fubá,
jiló, maxixe, mocotó, etc.
2)
Palavras que no português tomaram um sentido especial por tradução direta
de uma palavra africana: mãe-de-santo (ialorixá); dois-dois
(ibêji); despacho (ebó); terreiro
(casa de candomblé);
“ O velho” = Omolu; “flor-do-velho” = pipoca de Omolu.
3)
Composições híbridas. Palavras que possuem um elemento africano e um ou mais
elementos do português:
bunda-mole; espada-de-ogum;
limo-da-costa; pó- de-pemba; cafundó de Judas, etc.
4) estão
incluídos nessa categoria os vocábulos nominais: molecote; molecagem;
cachimbada; forrozeiro;
sambista; capangada; caçulinha; dengoso; bagunceiro, etc.
Hoje, podemos identificar no dicionário brasileiro uma variedade de termos que
usamos em nosso dia a dia, sem termos a noção de sua origem africana, mais
especificamente do povo bantu, como por exemplo: Caçamba; cachaça; cachimbo; caçula; candango; canga; capanga; carimbo; caxumba;
cochilar; corcunda; dengo; fubá; gibi; macaco; maconha; macumba; marimbondo; miçanga; moleque; quitanda;
quitute; tanga; xingar; banguela; babaca; bunda; cafofo;
cafundó; cambada; muquirana; muvuca.
Significados
de algumas palavras originárias do bantu
BAGUNÇA
– desordem, confusa, baderna, remexido.
BANZÉ
– confusão, barulho. BATUCAR
– repetir a mesma coisa insistentemente. BELELÉU
– morrer, sumir, desaparecer. BERIMBAU – arco-musical, instrumento
indispensável na capoeira. BIBOCA – casa, lugar sujo. BUNDA
– nádegas, traseiro. CACHAÇA-aguardente
que se obtém mediante a fermentação e destilação do mel ou barras do
melaço. CACHIMBO-
pipo de fumar. CAÇULA-
o mais novo dos filhos ou irmãos. CAFOFO – quarto, recanto privado, lugar
reservado com coisas velhas e usadas. CAFUNÉ
– ato de coçar, de leve, a cabeça de alguém, dando estalidos com as unhas para
provocar o sono. CALANGO – lagarto maior que lagartixa. CAMUNDONGO
– ratinho caseiro. CANDOMBLÉ – local de adoração e de práticas religiosas
afro-brasileiras da Bahia. CANGA – tecido utilizado como
saída-de-praia.
CANGAÇO – o gênero de vida do cangaceiro. CAPANGA –
guarda-costas, jagunço. CAPENGA – manco, coxo. CARIMBO
– selo, sinete, sinal público com que se autenticam os documentos. CATINGA
– cheiro fétido e desagradável do corpo humano, certos animais e comidas
deterioradas.
CHIMPANZÉ – espécie muito conhecida de macaco. COCHILAR (coxilar) – dormir
levemente. DENDÊ – palmeira ou fruto da palmeira.
DENGO –
choradeira, birra de criança.
|
FUNGAR
– aspirar fortemente com ruído. FUZUÊ – algazarra, barulho,
confusão.
GANGORRA
– balanço de crianças, formado por uma tábua pendurada em duas
cordas. JILÓ – fruto do jiloeiro, de sabor amargo.
MAXIXE
- fruto do maxixeiro.
MACUMBA
– denominação genérica para as manifestações religiosas afro-brasileiras.
MANDINGA – bruxaria, ardil, mau-olhado.
MARIMBONDO
– vespa. MINHOCA – verme anelídeo. MOLEQUE – menino, garoto,
rapaz. MOQUECA – guisado de peixe ou de mariscos, podendo também
ser feito de galinha, carne, ovos etc.
MUCAMA
– criada, escrava de estimação, que ajudava nos serviços domésticos e
acompanhava sua senhora à rua, em passeios.
QUIABO
– fruto do quiabeiro. QUILOMBO – povoação de escravos
fugidos.
SENZALA
– alojamentos que eram destinados aos escravos no Brasil. SUNGA – calção
de criança. TANGA – tapa-sexo. TITICA-fezes, coisa sem valor,
excremento de aves. ZABUMBA – bombo.
AGBADÁ
ou ABADÁ – túnica, casaco folgado e comprido. Na Bahia é usado por integrantes
de blocos de carnaval e outras festas, como forte de ser identificados no
grupo.
ACARAJÉ
– bolo de feijão fradinho, temperado e moído com camarão seco, sal e cebola,
frito com azeite-de-dendê.
ANGU
– pirão de farinha de mandioca, de milho ou de arroz temperado com sal e cozido
para ser comido com carne.
ASSENTO
– altar das divindades, dentro ou fora do terreiro.
AXÉ
– todo objeto sagrado da divindade; o fundamento, o alicerce mágico do
terreiro. BOBÓ – comida feita de uma variedade de feijão, inhame ou banana
da terra com camarão e azeite-de-dendê. ERÊ – um dos estados de
transe; espíritos infantis também cultuados pelos iniciados ao lado da
divindade a que foram consagrados. EXU – divindade nagô-queto (Keto),
capaz de fazer tanto bem quanto mal, tido como mensageiro dos orixás.
FÉ
– gostar de, querer. JABÁ – carne seca, charque.
LELÉ
– maluco, adoidado; ingênuo, indolente, simplório.
ORIXÁ
– designação genérica das divindades do panteon iorubá ou nagô-queto.
Divindades.
Adaptado de: A
influência das línguas africanas no português do Brasil, além de outras fontes pesquisadas - http://www.usp.br/cje/entretextos/exibir.php?texto_id=90
Festival Nacional do Voodoo, no Benin, comemorado todo dia 10 de janeiro,
nas cidades de Ouidah e Grand Popo. Imagem
|
MAPA POLÍTICO DO BENIM ATUAL E SEUS LIMITES
Benin. Sua capital é Porto Novo. Limites: Ao Norte - Burkina-Faso e Níger; ao Sul - Oceano Atlântico (Golfo da Guiné); a Leste: Nigéria; a Oeste: Togo e Gana Amplie seus conhecimentos. Veja também: A Carta de Pero Vaz de Caminha Certidão de Nascimento do Brasil. Valor histórico (análise sociológica) e literário (quinhentismo). Trechos da Carta. Músicas Pindorama e Tu Tu Tu Tupi. Alimentos indígenas e portugueses. Atividades
Blog Loucos por Tecnologias (tudo no plural)
Blog Saberes da África
Projeto multidisciplinar: “Minha pátria é a língua portuguesa”. Origem do português. A Lusofonia. Datas que Homenageiam a Língua Portuguesa |
Línguas Africanas no Brasil
Ora pois, uma língua bem brasileira
http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/04/08/ora-pois-uma-lingua-bem-brasileira/
Pesquisa
investiga origens e particularidades do português falado no Brasil |
24.04.2015
José Tadeu Arantes. Portugal
porta adentro: Lisboa no século 16. Agência FAPESP. 01 de agosto de
2016. Disponível em:
Castro, Yeda
Pessoa. Influência das línguas africanas no português
brasileiro.
Portal Educação. Salvador
Scarrone, Marcello. Nossa língua africana. Entrevista com a
professora Yeda Pessoa de Castro.
Portal Vermelho. 9 de junho de 2015. Disponível em:
http://www.vermelho.org.br/noticia/265993-11
Acesso em 29/09/17
A influência das línguas
africanas no português do Brasil
Por Entretextos - cje@usp.br
- Publicado em 01/08/2009
Trabalho de Julia T.
Yoshino, Luciana Soga, Marília Reis e Raquel Nakasche. Disponível em:
Línguas Africanas no Brasil
http://www.labeurb.unicamp.br/elb/africanas/verbete_geral_africano.htm
Margarida Petter. Heranças das línguas africanas. Universidade de São Paulo (USP). 17/11/13
http://www.msebrasil.org/artigos/msg_ler.asp?ID_MSG=265
Blog Portal Afro
http://portalafrobrasil.blogspot.com.br/2012/11/lingua-portuguesa-e-interferencia.html
Margarida Petter. Heranças das línguas africanas. Universidade de São Paulo (USP). 17/11/13
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http://thegoodholiday.com/the-slave-arch-benin/
Reino do Benin
http://profissaohistoria.blogspot.com.br/2013/11/o-reino-do-benin.html
http://linguaportuguesabyrogeriomarques.blogspot.com.br/2008/11/influncia-das-lnguas-africanas-no.html
http://www.infoescola.com/linguistica/bantos-bantus/
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/bantos-quatrocentos-grupos-etnicos-falam-linguas-bantas-atualmente.htm
https://www.publico.pt/2017/05/23/ciencia/noticia/ha-um-novo-mapa-da-historia-das-linguas-bantas-e-angola-e-importante-1773067
Reino do Benin
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https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/bantos-quatrocentos-grupos-etnicos-falam-linguas-bantas-atualmente.htm
https://www.publico.pt/2017/05/23/ciencia/noticia/ha-um-novo-mapa-da-historia-das-linguas-bantas-e-angola-e-importante-1773067
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