"Vivemos numa sociedade consumista, onde os desejos têm grande poder. A fábula da menina que queria um peixe permite uma reflexão sobre os motivos pelos quais os desejos podem se tornar grandes geradores de maldades"
Trazemos esta fábula para nos ajudar na discussão de um tema muito delicado e preocupante , por estar diretamente relacionado a um tipo de comportamento dos dias atuais: o consumismo infanto-juvenil. As crianças não são imunes à propaganda, mas também elas não são tão indefesas quanto se possa imaginar.
Nos países mais adiantados, o governo mantém severa vigilância da publicidade dirigida a esse público.
Diante das pressões de setores da sociedade, o governo brasileiro estuda adotar medidas para restringir esse tipo de propaganda, para evitar influências negativas vindas da TV.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou em parceria com o Instituto Alana um caderno para ensinar às crianças a diferença entre querer e precisar, que é um dos seus principais objetivos.
A publicação “Consumismo infantil: na contramão da sustentabilidade” traz informações preocupantes, que devem estar ao alcance de pais e educadores.
O público infantil passa mais de cinco horas por dia na frente da televisão. De acordo com dados do IBOPE, 64% de todos os anúncios veiculados nas emissoras de tevê, monitoradas às vésperas do Dia das Crianças em 2011, foram direcionados ao público infantil (Alana/UFES).
As empresas de publicidade não aceitam a interferência do governo, alegando que agências e anunciantes podem estabelecer um código de conduta capaz de coibir eventuais abusos.
Vamos à historinha:
A fábula da menina que queria um peixe
Joana queria muito um peixe. Seus pais queriam vê-la feliz. Compraram o peixe. Eles queriam realizar o desejo da filha. Ela queria ter um peixe.
Ninguém queria cuidar decentemente do peixe. Onde existe tanto querer, tanto desejo, alguém vai sofrer.
Ninguém queria cuidar decentemente do peixe. Onde existe tanto querer, tanto desejo, alguém vai sofrer.
Joana ficou muito feliz com seu peixinho. Mas depois de algumas horas esqueceu-se dele. Ela passou a desejar outro brinquedo. Os pais olharam para o peixe e tiveram muita vontade de sumir com ele.
O peixinho ficou isolado em um canto. Desprezado pela Joana, sentiu suas condições de sobrevivência piorarem. Ele podia ser feliz e bem cuidado. Estava sozinho, caminhando para a morte precoce.
Joana agora desejava outras coisas. Os pais não queriam mais trabalho (desejos geram trabalho). Para cuidar bem do peixe teriam que aprender a tratar, comprar equipamentos e todos os dias ter o trabalho de mantê-lo com conforto.
Joana agora desejava outras coisas. Os pais não queriam mais trabalho (desejos geram trabalho). Para cuidar bem do peixe teriam que aprender a tratar, comprar equipamentos e todos os dias ter o trabalho de mantê-lo com conforto.
Um desejo, para não ser a origem da maldade, gera trabalho e esforço por um longo período. Este esforço direcionado é a oportunidade de aprendizado. Por exemplo, aprender a cuidar de um peixe com respeito pela sua vida e bem-estar. É a oportunidade de exercitar o amor, a disciplina e expandir o conhecimento.
Por um longo período o peixinho seria parte da família. Bem tratado, respeitado e valorizado. Se o desejo refluir e der espaço para o esforço, o aprendizado e a dedicação, nenhuma semente do mal irá germinar.
Mas, se o desejo continuar mandando na mente da garotinha a maldade irá espalhar.
Por um longo período o peixinho seria parte da família. Bem tratado, respeitado e valorizado. Se o desejo refluir e der espaço para o esforço, o aprendizado e a dedicação, nenhuma semente do mal irá germinar.
Mas, se o desejo continuar mandando na mente da garotinha a maldade irá espalhar.
Portanto, ao invés de ampliar os seus desejos, amplie a sua consciência. A quietude da mente gera paz e serenidade. Seja um aproveitador de tudo o que há em si próprio. Os desejos são positivos apenas quando são poucos.
O oposto do desejo é o usufruto do aqui e agora. O aproveitar o que é e o que possui. O desejo é o desperdício. É o desprezo pelo que é real.
O oposto do desejo é o usufruto do aqui e agora. O aproveitar o que é e o que possui. O desejo é o desperdício. É o desprezo pelo que é real.
O desejo eventual ajuda a ter metas. Estas metas somente se concretizam ao longo do tempo. A mente deve se manter no objetivo; aprender e desenvolver habilidades para atingir o objetivo. Mas, se a mente continua a desejar e a criar outros focos, ela passa a se boicotar.
Um desejo vem, e logo é substituído por outro. Joana e seus pais substituíram o desejo pelo peixinho por outro objetivo qualquer. Desprezaram a conquista, neglicenciaram o objetivo. Maltrataram o peixe. Joana aprendeu a ser cruel, impulsiva e com pouco usufruto.
Um desejo vem, e logo é substituído por outro. Joana e seus pais substituíram o desejo pelo peixinho por outro objetivo qualquer. Desprezaram a conquista, neglicenciaram o objetivo. Maltrataram o peixe. Joana aprendeu a ser cruel, impulsiva e com pouco usufruto.
Um dia ela cresceu e seus pais se perguntaram onde foi que erraram. Eles acreditavam que deram tudo do melhor para ela. Mas, na realidade, eles transformaram sua filha numa máquina de desejos.
Ela se boicotava, por isto estava sempre buscando algo e esquecendo-se de usufruir o que possuía e o que era. Ao longo dos anos muita maldade aconteceu. Porque a mente que muito deseja gera maldade, mesmo que não perceba. O amor gera continuidade, permanência. A maldade destrói, e abre espaço para mais e mais desejos.
Ela se boicotava, por isto estava sempre buscando algo e esquecendo-se de usufruir o que possuía e o que era. Ao longo dos anos muita maldade aconteceu. Porque a mente que muito deseja gera maldade, mesmo que não perceba. O amor gera continuidade, permanência. A maldade destrói, e abre espaço para mais e mais desejos.
Alguns dias depois o peixinho morreu. Os pais ficaram aliviados. A garotinha nem notou. Estava ocupadíssima com alguma novidade que seu desejo exigiu. Novidade que logo ficaria velha, esquecida e desprezada. Esta novidade (pessoa, animal ou objeto) também será desprezada, esquecida, maltratada. É a maldade que o desejar contínuo espalha.
http://www.materiaincognita.com.br/pais-que-cedem-a-muitos-desejos-criam-a-maldade-nos-filhos/#axzz2kir0sXy2
http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=35728
FIM
Autor: Regis Mesquita. Disponível em: Caminho Nobre. Disponível em:http://www.materiaincognita.com.br/pais-que-cedem-a-muitos-desejos-criam-a-maldade-nos-filhos/#axzz2kir0sXy2
http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=35728
Interpretação de texto
1. Responda a esta breve entrevista: a) Você gostou da historinha ? b) Sabe o que significa ser uma pessoa consumista ? c) Você se considera uma criança consumista ? d) Saberia nos dizer quantos brinquedos você tem ? e) Você tem algum amiguinho ou amiguinha consumista ? f) Que conselho você daria para ele ou ela parar de querer coisas que não precisa para sobreviver ? g) Você acha que o excesso de consumo de coisas que não precisamos prejudica o meio ambiente ? Por quê ?
2. Qual o título dessa fábula e quem é o seu autor ? 3. Como se chama a personagem principal da história ? Qual era o desejo da menina ? 4. Conte-nos o que aconteceu ao peixe 5. O que devemos fazer para que um desejo não se transforme em uma maldade ? 6. O texto diz que O desejo é o desperdício. Que o desejo eventual ajuda a ter metas. Que outros conselhos o texto nos dá para sermos felizes e respeitarmos a natureza ? 7. O excessos de desejos não trouxe coisas boas para Joana. Conte-nos como ela se transformou por desejar tantas coisas desnecessárias para sua vida. 8. Como os pais de Joana contribuíram para a transformação negativa de sua filha ? 9. Seus pais fazem todas as suas vontades ? Você acha isso certo ?
10. Qual foi o destino final do peixinho ? Como Joana e seus pais reagiram ?
11. Leia a historinha e compare as duas personagens. Identifique o que há de parecido entre elas: Princesa Arabela, mimada que só ela: literatura infanto-juvenil com personagens negros. Interpretação de texto. Clique no link:
11. Leia a historinha e compare as duas personagens. Identifique o que há de parecido entre elas: Princesa Arabela, mimada que só ela: literatura infanto-juvenil com personagens negros. Interpretação de texto. Clique no link:
Referências
A fábula da menina que queria um peixe. O consumismo infantil incentivado pelos pais
http://www.materiaincognita.com.br/pais-que-cedem-a-muitos-desejos-criam-a-maldade-nos-filhos/#axzz2kir0sXy2
Caderno “Consumismo
infantil: na contramão da sustentabilidade” é lançado em Brasília. Disponível em:
Luiz Alberto Marinho. ARTIGO: Publicidade para os pequenos
Cidadania: Cartilha ensina pais a lidar com consumo
infantil
Imagens do Google
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